Pela privatização da RTP
Mais dia, menos dia, vamos ter a privatização da RTP. É só esperarmos pela mudança do ciclo político. Em tempos de crise, em que, mais uma vez, nos são pedidos sacrifícios, podiam aliviar a carteira dos portugueses, libertando-os de pagar, todos os dias, vários milhões de euros para manter uma televisão que em pouco difere das congéneres privadas generalistas SIC e TVI. A programação é muito idêntica, a informação não se distingue, exceptuando o horário nobre que a RTP coloca no ar concursos, ao passo que as televisões privadas emitem telenovelas. A RTP é um sorvedouro de dinheiros públicos, desvirtuando a concorrência. A SIC e TVI têm de viver, necessariamente, das receitas publicitárias, ao passo que a RTP recebe 300 milhões em indemnizações compensatórias, fora o que capta em publicidade (cerca de 50 milhões). Nem assim consegue ser líder de audiências. Justifica-se o dispêndio de tanto dinheiro?
RTP não é só RTP 1. Estamos a falar do universo RDP que inclui Antena 1, 2 e 3, RTP Memória, RTP N, RTP 2 (e outras que me escapam), que não conseguem nem nunca conseguirão gerar receita sem alterar profundamente a sua programaçaõ e objectivos.
Privatizem RDP e podem dizer adeus à RTP2 e RTP Memória (séries, documentários, concertos, filmes que nenhuma outra passa) e às rádios que são a única alternativa à massa acéfala que são RFM, Rádio Comercial e companhia (i)limitada que se limitam a passar sempre o mesmo e completamente reféns do que as editoras discográficas lhes pagam para passar.
Falava-se tanto em serviço público e nem se lembravam de tudo o que não era RTP1...
Do texto depreende-se que estou a falar da RTP 1 e não de toda a RDP. É com o argumento do serviço público que o poder político tem vindo a manter a RTP. Para manter a RTP Internacional e a RTP África bastaria um quarto do que custa a RTP1. Nem com tantos milhões, a RTP1 consegue ser líder de audiências. Continuo a achar que não se justifica.