Universo fascinante, pela sua diferença e pela sua vertigem, o mundo dos toxicodependentes tem também sido um mundo opaco, fechado ao olhar exterior, particularmente ao olhar de quem mais quer conhecê-lo do que modificá-lo.
José Machado Pais

A toxicodependência tem vindo a tornar-se num autêntico flagelo social que nos afecta a todos e não somente aqueles que são consumidores de drogas. O fenómeno da toxicodependência continua a ser percepcionado pelos portugueses com uma extrema discriminação. Os (ex)toxicodependentes continuam a ser vistos como drogados e como parasitas que contaminam a sociedade e, por isso, fazem questão de os manter afastados numa desintegração constante. A nossa sociedade vê a toxicodependência como um flagelo social e, o facto dos indivíduos a verem como tal, faz com que se continue a legitimar a reprodução de todo um campo social em que a sociedade discrimina os toxicodependentes e os mantêm à margem e estes, por seu turno, se auto-marginalizam porque já sabem que a sociedade os vê como uns drogados, tornando este fenómeno num ciclo vicioso. A toxicodependência é um fenómeno da vida social que está estigmatizado e os toxicodependentes são indivíduos estigmatizados e excluídos.

A toxicodependência é um tema muito controverso e os toxicodependentes são percepcionados como destabilizadores da ordem pública.
Muito se tem feito nos últimos tempos para que as pessoas se previnam contra o uso das drogas. Mas também muito se tem feito, legal ou ilegalmente, para que elas sejam usadas. O resultado final é que as pessoas estão a consumir drogas cada vez mais.
Ultimamente o que mais se tem perspectivado são medidas como o fornecimento de seringas em estabelecimentos prisionais e até já se fala na legalização do consumo de algumas drogas leves.

O que fazer para erradicar este fenómeno? Deixo à vossa consideração…

Helena Antunes, autora do blogue Socióloga Avense