A cidade é minha, é tua.
“Sou dessa terra, onde as pedras contam histórias, onde as ruas têm memórias…”
A minha cidade não me viu nascer. Curiosamente, fui nascer não longe daqui. Para mim o nascer é uma questão relativa. Por muito que goste (e gosto) dos outros locais que me dizem muito, nunca me senti de mais lado algum senão de aqui. As ruas, as esquinas, os becos, as calçadas de Braga, eu sou isso tudo e mais alguma coisa. A cada passo que dou enquanto percorro os seus cantos, respiro o seu ar, toco nas suas pedras. Porque uma cidade não é apenas uma cidade. Sinto nos braços da cidade o conforto que me falta em todas as outras cidades. Uma cidade é o que eu sou, o que tu és. Braga só é Braga por minha, por tua causa. Em cada esquina, sente-se a cidade, em cada fim de tarde de Verão, sente-se tudo o que ela é, tudo o que somos. E a chuva, a chuva que tanto gosta dela… É um amor incompreendido, digo eu. A água adora caminhar pela sua calçada, pousar em cada telhado, em cada beco escuro e sombrio, como se voltasse ao sítio mais seguro que conhece… Cidade de defeitos e virtudes, tal como nós, Braga está algures num local escondida. À imagem de Portugal, Braga vive entre a glória do que foi e a glória do que poderia ter sido. Aqui respira-se história. Em qualquer caminho do Arco da Porta Nova à Arcada, encontra-se o passado ao virar da esquina. O contraste é mesmo esse. Passado e futuro na mesma esquina. Caminhem num fim de tarde pelos becos da Sé, encontrem-se de frente com o pôr – do – sol. E contemplem. De seguida, fujam. Para muito longe de preferência. Conheçam o Mundo. Dêem a volta ao Mundo se quiserem. Se não quiserem tanto, dêem a volta a Portugal. Bebam tudo o que conseguirem beber do resto do Mundo. Entusiasmem-se. Sintam a saudade. E depois regressem. Voltem a caminhar pelas ruas de Braga, ao pôr – do – sol. Sintam o cheiro, o toque, o sabor… Sintam tudo o que possam sentir da nossa cidade. Porque afinal, todos sabemos que nada se compara ao regresso a Braga…
Texto de Mestre Moé Lá
A minha cidade não me viu nascer. Curiosamente, fui nascer não longe daqui. Para mim o nascer é uma questão relativa. Por muito que goste (e gosto) dos outros locais que me dizem muito, nunca me senti de mais lado algum senão de aqui. As ruas, as esquinas, os becos, as calçadas de Braga, eu sou isso tudo e mais alguma coisa. A cada passo que dou enquanto percorro os seus cantos, respiro o seu ar, toco nas suas pedras. Porque uma cidade não é apenas uma cidade. Sinto nos braços da cidade o conforto que me falta em todas as outras cidades. Uma cidade é o que eu sou, o que tu és. Braga só é Braga por minha, por tua causa. Em cada esquina, sente-se a cidade, em cada fim de tarde de Verão, sente-se tudo o que ela é, tudo o que somos. E a chuva, a chuva que tanto gosta dela… É um amor incompreendido, digo eu. A água adora caminhar pela sua calçada, pousar em cada telhado, em cada beco escuro e sombrio, como se voltasse ao sítio mais seguro que conhece… Cidade de defeitos e virtudes, tal como nós, Braga está algures num local escondida. À imagem de Portugal, Braga vive entre a glória do que foi e a glória do que poderia ter sido. Aqui respira-se história. Em qualquer caminho do Arco da Porta Nova à Arcada, encontra-se o passado ao virar da esquina. O contraste é mesmo esse. Passado e futuro na mesma esquina. Caminhem num fim de tarde pelos becos da Sé, encontrem-se de frente com o pôr – do – sol. E contemplem. De seguida, fujam. Para muito longe de preferência. Conheçam o Mundo. Dêem a volta ao Mundo se quiserem. Se não quiserem tanto, dêem a volta a Portugal. Bebam tudo o que conseguirem beber do resto do Mundo. Entusiasmem-se. Sintam a saudade. E depois regressem. Voltem a caminhar pelas ruas de Braga, ao pôr – do – sol. Sintam o cheiro, o toque, o sabor… Sintam tudo o que possam sentir da nossa cidade. Porque afinal, todos sabemos que nada se compara ao regresso a Braga…
Texto de Mestre Moé Lá
Lindo... A palavra que os meus pensamentos pronunciaram quando acabei de ler este texto.