7 dias, 7 blogues
O centralismo define-se como a política de centralizar todas as actividades, prerrogativas, direitos, deveres num centrar geográfico ou humano. Vive-se ao contrário da filosofia e métodos de Descartes culminando num avivar e uma consciencialização das consequências nefastas que provoca o centralismo.
Centra-se tudo e todos. A situação nacional, no âmbito Regional (se poderemos afirmar isso), é a prova inequívoca de um sistema de administração e concentração retrógrada. Mas não só. Mesmo nos espaços intra-regionais sufoca-se com tanto menosprezo pela parte constituinte. Somente se fala num todo quando é necessário argumentos estatísticos ou exemplos negativos. Poderá ser uma consequência do tipo bola de neve onde o grau administrativo superior centraliza aumentando de "volume" a penúria e o menosprezo nos graus, sucessivamente, inferiores.
Podemos evidenciar isto no nosso distrito: Braga. Neste distrito onde se apregoa os malefícios do centralismo, ele mesmo, numa óptica litoral, centraliza, menosprezando directa e indirectamente o interior pobre e desprotegido.
Basta percorrer a imprensa dita regional, as acessibilidades, a cultura, os investimentos e os próprios cidadãos, etc. Basta olhar e sentir.
Em sítios, onde se esperaria, uma maior e melhor divulgação da cultura e da vivência regional e nacional deparamo-nos com o centralismo distrital.
Repare-se no caso das Universidades, um exemplo paradigmático, onde a imprensa in situ resvala no umbigo das urbes, renegando as outras partes constituintes do Distrito e atingindo a raia do absurdo; nos cidadãos, que desconhecem, por vezes, a localização física e mental dos concelhos constituintes do seu Distrito; na informação circulante nos media regionais pejada de propaganda política e contra-exemplos que servem de argumentos para arremesso nacional, com raros mas existentes exemplos de pertinente divulgação concelhia.
Causa? Provavelmente a falta de divulgação e informação: uma iliteracia ou uma consequência, evidente, do centralismo distrital mais contundente do que falta de cultura ou conhecimento.
Aprecio, defendo e reivindico um novo sistema administrativo que combata a centralização que se verifica ao nível nacional. Embora, sabendo que o centralismo seja omnipresente e irresolúvel e tenha a percepção do que o conceito de centralismo, geograficamente, ganhe outra definição com um novo sistema de administração. Mas, como diz o mais positivo dos pessimistas sábios de esquina, pior do que está não pode ficar.
Marco Gomes, autor do blogue Remisso
Bom post Marco Gomes. Já agora, onde está o concelho de Vizela?
Distrito de Braga (14concelhos):)
Excelente texto!! Subscrevo-o a 100%
Onde está o concelho de Cabeceiras de Basto?
Longe, longe do "distrito de Braga".