Já faltou mais...

Após o "ataque" do "Verde Eufémia", Miguel Portas, no seu blog, qualificou a invasão de propriedade e destruição de um campo de milho transgénico como um acto de "desobediência civil", quase manifestando o seu apoio a tal incidente. Veio depois emendar a mão, afirmando que a iniciativa deveria ter visado os "verdadeiros responsáveis" e não os pequenos agricultores.

Em entrevista a Mário Crespo, Francisco Louçã condenou a iniciativa de Silves, não conseguindo justificar as posições divergentes no seio do seu partido.

A juntar a este trapalhada, temos o veto de Fernando Rosas ao acordo com o PS para a Câmara de Lisboa.

Recuando um pouco no tempo, convém relembrar, que Joana Amaral Dias foi mandatária da Juventude de Mário Soares, tendo Francisco Louçã se candidatado pelo Bloco.

A crise também chega aos pequenos partidos, vivendo o Bloco uma crise de identidade, fruto dele mesmo.

O estado de graça do BE terminou.

Catarina Efigénia Sabino Eufémia era mãe de três de filhos e foi morta em Baleizão, há 53 anos, pelo tenente Carrajola, durante uma greve de trabalhadores rurais. Tinha 26 anos e lutava  por um salário melhor.

Ó Bruno, agora é que me apercebi; TU arruinaste o blogue, pá! Então, onde é que está o contador de visitas? E a separação dos comentários também está diferente (para pior, diga-se!). O que é que andas a fazer, rapaz?

Andaram Copérnico e Galileu às cabeçadas com os discípulos de Aristóteles, Ptolomeu e com a I.C.A.R. para agora voltarmos ao geocentrismo...?!?

Ontem, Camacho assume que precisa de um goleador.
Hoje, Vieira começou a procurar.
Sugestão de nome e local para procurar: MÁRIO JARDEL, in maior casino do mundo

Da próxima vez que me virem sair de casa com uns paus na mão e com a cara tapada, já sabem que fui estetizar uns quantos daqueles gajos que têm a mãe no Hospital de Barcelos e que precisam de 50 cêntimos para o bilhete da camioneta.

Uma aventura com Gualter e alguns dos seus amigos traçalhôcos.

Cláudio "Panilas" Ramos

"Estiveram todos muito bem. Óptima combinação de tons. O preto fica-lhes a matar. Não vi meias brancas, nem camisolas caviadas, o que é um sinal de bom gosto. Temos é que fazer alguma coisa em relação àqueles cabelos e às unhas..."

"Gosto sempre de me tapar e de me camuflar antes de ir mandar uns balázios. É por motivos estéticos"

"Por motivos estéticos"

"E fiquei tão feliz quando ela apareceu com o Sr. Jorge Nuno que fui a Fátima cumprir a promessa".

«Chegar primeiro é bom, mas pode não ser suficiente. O SCB já não é suficientemente apoiado? Mais dinheiro sem contrapartidas. Será que a CMB vai construir a academia para a alugar mais tarde pelo preço de um T2?
O SCB não é o único clube com formação. A nível de escolinhas há muitos clubes a trabalhar melhor. E esses não precisam de ser apoiados?
Já chega de regime de clube único.
Eu gostava era de conhecer o contrato das novas placas orientadoras da cidade. Quanto é que a AXA pagou? A quem pagou? Fazem parte do negócio do estádio?»


Comentário (os negritos são meus) deixado no blogue Geração Braga 2009. Infelizmente, por um anónimo. Caso contrário, seria já contratado para o nosso estaminé. Se quisesse, claro. Nós não obrigamos ninguém. Pelos menos, por agora!

Temos  novidades cá no Burgo. Agora, as placas com indicação das ruas da cidade, têm o "patrocínio" da AXA. Falta apenas as placas de toponímia servirem também para publicitar. 

Mais uma daquelas negociatas... 

Eça de Queiroz - Suplemento da Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro (1892)

Os precipícios gastronómicos fazem parte de uma parcela da intelectualidade. Comer um prato bem-servido, com um bom vinho e rasgar a noite numa tertúlia literária. Eu, que apenas por 3 vezes estive perto da comoção e que perco grande parte das minhas horas circunscrito ao espaço onde estão confinados os meus livros, faço parte daquela estirpe que se rejubila com os maços de talões de desconto do McDonald's. Sobre mim recairá o escândalo de muitos e este facto servirá de atenuante à minha ausência de virtudes. É verdade, sou dos que se limita a comer por comer. Não observo pecado ou virtude na comida. Mas, enfim... Quando a nossa vivência é pretensiosa, tanto vale ver Deus nas sementes de sésamo, como encontrar demónios nos hambúrgueres.

Entrevista a Paulo Brandão, no JN.

«A cultura precisa de "padrinhos". Muitos. Aproveito para lhe indicar que o Theatro Circo anda à procura de Mecenas.»

"Somos grandes comparsas! Temos afinidades que nunca mais acabam. Somos grandes jornalistas de investigação, independentes e contra qualquer tipo de sectarismo. No fundo, somos os dois grandes pilares que sustentam Portugal. É, é mesmo isto que gosto de pensar quando me vejo ao espelho."

"O Dalai Lama é o grande líder desse país soberano, e que nós tão bem tratamos, que dá pelo nome de Tibete"

"Claro que somos amigos. Ele ainda é treinador, não é? Então..."

"As pessoas é que nos pintaram como inimigos. Sempre tivemos muitos pontos em comum. Só não sabíamos disso."

"O Maradona é o melhor de sempre, sem dúvidas!"

"Pese embora me tenha lixado a vida toda, continuo a ser muito amigo do Bibi e nunca tive nenhum problema com ele. Ele só disse a sua opinião e nós estamos num país em que prevalece o que cada quer dizer."

"Nunca tive qualquer problema com a política de Bush. Tenho-o em grande consideração."

"É óbvio que a constante troca de agressões verbais e físicas não passa de uma carinhosa, ainda que dolorosa, maneira de mostrar todo o amor que temos uns pelos outros"

"Calúnias! Sempre fomos amigos, mesmo quando nos agredíamos mutuamente."

"Jamais eu recusei apertar a mão de Carmona. Se for preciso até lhe dou um bisou"

«São loucas! são loucas! loucas...

Eu sei, meu amor,
Que nem chegaste a partir
Pois tudo em meu redor
Me diz que estás sempre comigo
Eu sei, meu amor,
Que nem chegaste a partir
Pois tudo em meu redor
Me diz que estás sempre comigo

De manhã, que medo, que me achasses feia!
Acordei, tremendo, deitada na areia
Mas logo os teus olhos disseram que não,
E o sol penetrou no meu coração
Mas logo os teus olhos disseram que não,
E o sol penetrou no meu coração

Vi depois, numa rocha, uma cruz,
E o teu barco negro dançava na luz
Vi teu braço acenando, entre as velas já soltas
Dizem as velhas da praia que não voltas:

São loucas! loucas...

Eu sei, meu amor,
.... .... ....

No vento que lança areia nos vidros;
Na água que canta, no fogo mortiço;
No calor do leito, nos bancos vazios;
Dentro do meu peito, estás sempre comigo
No calor do leito, nos bancos vazios;
Dentro do meu peito, estás sempre comigo

( solo )

Eu sei, meu amor...»


Música: Caco Velho, Piratini
Letra: David Mourão-Ferreira

Tiago Pires (aka Saca), segundo classificado no WQS - fase de apuramento para o campeonato mundial, o WCT -, garantiu hoje, e pela primeira vez na história do surf nacional, um lugar no mais importante evento mundial de surf. Em 2008, "Saca", que é há já muitos anos o melhor surfista português, rasgará as ondas ao lado dos melhores surfistas do mundo.

Recomendo a leitura deste comunicado da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados:

Camacho fica dois anos!

"O novo primeiro-ministro britânico, Gordon Brown tomou posse há um mês e já foi fazer férias. Parece um que houve cá há três anos! É preciso ser descarado. Quem? Eu, claro."

Como sempre, o mexilhão é que se... lixa!!


Pepe, esse grande produto de marketing, mantém o nível a que nos habituou.


Zequinha, esse grande brincalhão, volta a fazer das suas...


Costinha, esse antigo capitão e filho primogénito do Papai Scolari, reforça a fortíssima Atalanta... É sempre a subir, até chegar ao benfas!

- Centenário de Miguel Torga. Um dos maiores escritores de todos os tempos, vencedor de vários prémios literários, deixa uma vastíssima obra. As comemorações do seu centenário, ficaram marcadas pela ausência da Ministra da Cultura, ou de qualquer outro membro do Governo, ausência essa  criticada por António Arnaut e Mário Soares;

- Dia 16 de Agosto, assinalou-se os 30 anos sobre a morte de Elvis Presley, o rei do Rock; 

- Caso Madie, novo rumo para a investigação, as dúvidas aumentam;

- As duas Coreias sentam-se à mesma mesa, numa tentativa para chegar a um acordo que pode levar à paz entre os dois países, em "guerra" desde 1953. 

O futebol é um assunto sério. Mas como Tchitchikov, no romance de Gogol, que chegava a uma aldeia para comprar almas mortas, também no nosso futebol quase tudo parece inverosímil. Mas, sim, o futebol é res séria. Não estou a falar das intervenções do Luís Vieira ou das entrevistas do Manel Cajuda. Refiro-me, obviamente, ao jogo jogado. De preferência comentado pelo Freitas Lobo. Esta época começou como todas as outras, os adeptos do benfas, sempre moralizados, já são campeões e qualquer patego que aterre na Luz é o novo Eusébio. O problema é que acabam sempre por serem todos o novo Nuno Gomes... Bom, analisemos então os dois candidatos ao título - Sporting e Porto -, não deixando de parte referências ao "maior clube do mundo", ao enorme SCB e, por fim, breves considerações sobre as restantes equipas.

Sporting - Há qualquer coisa que não me agrada no Sporting. Não sei se é o facto de o Paim não fazer parte do plantel principal, se o facto de o Abel ser titular ou de o Djaló pertencer ao plantel. Ainda assim, o Sporting é, para qualquer pessoa que entenda de futebol, o maior candidato ao título. São vários os motivos que me levam a dizer isto. Primeiro, vendeu o Ricardo. Ora, como se sabe, ter um guarda-redes que saiba jogar fora dos postes é meio caminho andado para se fazerem bons contra-ataques e, para além disso, não tendo o Sporting defesas laterais de jeito, convém que os adeptos possam confiar na fiabilidade do jogo aéreo do seu guarda-redes. Segundo, Paredes e Farnereud, tendo em conta o elevado número de médios que Paulo Bento escolheu, muito dificilmente jogarão, ou, se por acaso o fizerem será em jogos a feijões contra o Pinhalnovense, o Sintrense ou o Benfica. Terceiro, finalmente Polga parece ter um central com condições para jogar ao seu lado: Gladstone. Toda a gente sabe que "Tonel" não é nome de jogador. Melhor, é nome de jogador, mas dos regionais, numa daquelas equipas em que o nome "Tonel" faz parelha com o Kikas II - o outro Kikas é avançado - e cujo treinador se chama Celestino ou Abílio e em que o Presidente é um gajo de bigode, analfabeto, e com um ar suspeito - dito assim até parece o Luís Vieira. Quarto, Sporting mantém Liédson e Polga - pelo menos até a cena dos impostos não estar estabelecida, depois já se sabe que vai haver festa -, o Moutinho - que é uma espécie de Lampard, mas sem aquela coisa de marcar golos de fora da área - e o Veloso, que é só o melhor jogador português e o novo Redondo - Redondo que, verdade seja dita, já merecia um poste meu cá no estaminé. Quinto, o Sporting contratou jogadores fora do âmbito do épa-aquele-gajo-no-FM-joga-de-caralho-vamos-contratá-lo e parece estar a dar-se bem com a opção. Izmailov, Vukcevic e Gladstone são bons jogadores - claro que não têm a classe de um Bergessio, de um Sretanovic ou de um Diaz, mas são jeitosinhos -, o Stojkovic vai servir para jogar esta época e depois vai romper o banco do Rui Patrício e, finalmente, o Adrien que é só melhor jogador do que o Veloso - e, sim, o Veloso é o melhor jogador português -. O resto dos reforços, com excepção do Derlei, servem para fazer número e para jogarem contra o Benfica.

Porto - Bem, o FCP é o campeão em título - pelo menos até acontecer por cá o que aconteceu em Itália - e tem bons jogadores. Vendeu por 30 milhões de euros um puto gordo que sabe jogar à bola e um sprinter brasileiro com sotaque madeirense que de vez em quando cortava umas bolitas na defesa. Nas aquisições o FCP esteve bem. Foi buscar avançados do melhor que há: um brasileiro que marcou 4 golos pelo Beira-Mar e um argentino que jogava... no México ou na Argentina, ainda não percebi muito bem, mas os negócios do FCP têm sempre dramas desta natureza. Depois, foi buscar mais uns médios-centro - sim, porque os 478 do plantel da época passada eram ainda insuficientes - mas, mesmo assim, continua a jogar com defesas adaptados a essas posições. O "professor" é que sabe. Contratou também um defesa esquerdo à Académica, que é tão bom que o Fucile continua a jogar trocado, e um central sérvio que jogava na Turquia. Ao que parece, pelo meio de grandes craques, chegou ao Porto um miúdo que parte tudo. Obviamente, sendo o Jesualdo o típico treinador português, este Leandro Lima jogará ainda menos do que o Deco no Benfica. A chamada "adaptação ao futebol europeu" é mesmo assim, dá-se preferência aos Cech's desses planteis. O FCP, infelizmente, mantém Quaresma, Lucho e Lisandro, mas, para gáudio dos sportinguistas, Pedro Emanuel recuperou e, sendo ele o elemento que incorpora agora a mística do FCP - outrora, baluarte defendido pelos cotovelos dos caxineiros André e Paulinho onde-está-o-queixo-do-joão-vieira-pinto Santos -, vai certamente fazer uma dupla temível com o irmão dessa ex-promessa benfiquista - o Geraldo - e novo cão de fila, com cabelinho à Michael Jackson, da guarda pretoriana portista, o Bruno Alves. Em suma, o FCP enquanto mantiver Quaresma - e enquanto o Caneira não regressar ao Sporting - será sempre uma ameaça temível.

"O maior clube do mundo" aka "clube vencedor do torneio do Guadiana" - Que mais há a dizer sobre o clube dos vinte milhões de adeptos - Adu dixit -? Perdem os dois melhores jogadores - Simão e Miccoli -, não conseguem segurar o melhor jogador da pré-época e único elemento de valia saído das escolas desde Rui Costa - Manelélé Fernandes -, depositam todas as esperanças num craque com 35 anos - fazem-me lembrar o Galatasaray do Hagi - e num paraguaio que marcou meia-dúzia de golos nesse fortíssimo campeonato que é o argentino, e mesmo assim são declaradamente a melhor equipa portuguesa com "um plantel de fazer inveja a qualquer clube", nas palavras de Khadafi. Contudo, vejo alguns aspectos positivos neste plantel. O Nélson e o Nuno Gomes serão suplentes, o que aumenta dramaticamente a probabilidade de o benfas não sofrer golos e de os começar a marcar. Depois, o Coentrão é um bom jogador, resta saber que conseguirá escapar ao "cemitério da Luz" e o Zoro - desde de que não lhe façam mais uns nós cegos no meio-campo - também me parece um defesa central bem superior aquilo que os adeptos do benfas estão habituados, se bem que para eles, na sua inusitada sapiência, o Luisão seja o melhor do mundo e o David Luiz o novo Humberto Coelho. De resto, vieram uns argentinos cheios de classe - outra coisa não seria de esperar - e um ganês naturalizado americano que o engenheiro gosta de colocar a extremo-direito ou a médio-centro apesar de ele ser avançado. Bom, que mais haverá a dizer sobre uma equipa cujo jogo ofensivo começa, não raras vezes, a ser desenhado - serão talvez uns gatafunhos? - por esse Júlio Pomar incompreendido, por esse Beethoven com ouvidos de tísico, por esse Niemeyer do futebol: o Petit!

SCB aka "o enorme" - Há qualquer coisa de poético nas últimas temporadas do Braga. Como a Mário de Sá Carneiro também ao Braga faltou sempre um golpe de asa. Mas, verdade seja dita, uma equipa que tem em Wender o seu expoente máximo, não pode almejar algo mais do que uma classificação que tenuemente ultrapasse a mediocridade. O Braga é hoje um equipa estabilizada na primeira liga e uma presença constante e assídua nos 5 lugares do topo da tabela. Nesta equipa, destaco dois jogadores: Rodriguez, um defesa com qualidade para jogar em clubes com outra dimensão e com outras ambições e o João Tomás que, mesmo falhando tantos golos como os que consegue marcar, é um dos mais temíveis e letais avançados portugueses desta primeira década do século XXI. A estes dois, o Braga junta experientes jogadores como Frechaut, Zé Manel, João Pinto e Paulo Santos formando, deste modo, uma equipa que pode lutar, sem qualquer prurido, com o benfas pelo terceiro lugar no campeonato.

Os outros que servem para fazer número - Para além destas quatro equipas, todas as outras lutarão entre si. O desfecho diz-me pouco. Há apenas duas coisas que eu gostaria que acontecessem. A primeira é que o Belenenses e o Guimarães se vejam forçadas a despedir os respectivos fanfarrões que se dizem treinadores. Cajuda e Jesus representam o empirismo mais podre que assola o futebol nacional. São a ideia materializada de que o futebol é um assunto menor, tratado por pessoas incultas, ignorantes e desprovidas de qualquer bom-senso. A segunda coisa que desejo é que o Leixões faça um bom campeonato e se consiga manter na primeira liga.

É tudo!


P.S.- Esta análise está obviamente condicionada, uma vez que o benfas ainda contratará mais 4 ou 5 jogadores - todos eles de inegável qualidade, pois claro! -.

Um gajo pensa que escreve bem e mais não sei o quê, mas, felizmente, há sempre quem nos faça meter a viola no saquinho. Quando falei disto era isto que eu queria dizer.

Já aqui falei sobre activistas. Esta notícia vem reiterar a minha opinião. «Produtos naturais», dizem eles... Vai uma aposta em como sei em que partido votam?

Ora, cá está o tão badalado dossier - anónimo, ressalve-se - que aponta armas ao Khadafi dos pneus. Ao que parece, até o analfabruto do Salvador está metido ao barulho. Novidade do caraças, basta relembrar a venda - ou devo dizer doação - do Tiago e do R. Rocha ao benfas...

Na Universidade, nunca tive uma relação salutar com os meus professores. As pequenas máscaras, que permitem a concretização do contacto com alimentação do mito em que se (re)vêem alguns desses professores, não se adaptavam aos elementos válidos das minhas feições.

Foram raros os casos em que senti que a pessoa do mestre assumia o espaço central enquanto personagem capaz de sugerir o que na verdade está habilitada a afirmar. Nesse plano, enquadram-se os nomes de Amadeu Torres - meu professor na licenciatura e no mestrado -, Roque de Aguiar Cabral - mestre a quem recorri e que me recebeu com um entusiasmo pouco visto -, Mário Garcia - pela dimensão onírica e centrípeta que as suas palavras adquirem - e Lúcio Craveiro da Silva - de quem apenas colhi já fogachos de uma vida que transcendeu a materialidade dos conceitos -.

Recebi agora uma mensagem a dar contar da morte de Lúcio Craveiro da Silva, SJ. Jesuíta, o padre Lúcio recebeu uma justa homenagem, ainda em vida, ao ver atribuído o seu nome à nossa biblioteca municipal de Braga. Já na Faculdade de Filosofia, essa homenagem havia sido feita.

Não me canso de pessoas assim. Pessoas que esboçam um salto na intenção de formulação de sentidos; pessoas capazes de dizer mais do que a realidade; pessoas cujas palavras nos facultam o contacto com as imagens de perfeição que transcendem as próprias palavras. Os textos e reflexões do padre Lúcio eram assim. Calcinavam-nos, nervo a nervo, até ficarmos límpidos e despojados o mais perto possível da voragem da massa tremenda do excesso de sentido. As palavras do padre Lúcio golpeiam as estrelas e apresentavam-se, ao mesmo tempo, promissoras e incapazes de se concretizar. Pelos menos enquanto que as pessoas que ocupam os espaços deste mundo não conseguirem meter nas palavras e nos actos um coração carregado do símbolo que é o símbolo de todos os símbolos: o amor.

Mário Soares, sobre a actuação do Governo.

Um dos momentos mais memoráveis da rádio nacional. O protagonista é Sousa Cintra. Vale a pena!

P.S.- Só uma coisa que me lembrei. Se o Robben for mesmo para o Real, quem será que o Chelsea vai querer comprar?! Pois...

Acabei de receber um telefonema de um número anónimo. Era o Paulo Bento a dizer que precisava de mim e que não me podia esquecer da camisola...

No dia em que se torna público que Maddie foi provavelmente assassinada e não raptada, Maria João Ruela afirma que os "pais de Maddie estavam muito estranhos e reagiram de uma forma anormal e pouco simpática aos jornalistas". Realmente, nem chá das 5, nem nada... Não há direito!



P.S.- O melhor programa de humor de Portugal está a dar: entrevista a Couceiro na Sic Notícias!

Em primeiro lugar, lamento mas não te vou dizer por onde tenho andado. Não sejas mexeriqueiro, Pedro! Se, por outro lado, estavas a fazer-me um envergonhado convite para algo, sou obrigado a declinar. Não me leves a mal, mas a minha mãe não me deixa sair com desconhecidos.

Bom, devo afirmar que, meu estimado Pedro, interrompi uma entrevista que estava a dar a uma jornalista do El Pais, a minha 37ª nos últimos 10 meses - vês, dei mais sete do que tu... -, só para dizer que já li o teu brado contra - como é mesmo - as investidas moralistas (que) não passam de uma obsessão anti-Braga. Estou emocionado. Em pele de galinha, mesmo. Até já me vieram perguntar, "Ó Etcétera, estás bem, pá? Pareces emocionado!". Eu lá confirmo e tento explicar, ainda que a balbuciar por entre lágrimas e ranho, que fiquei inebriado com o teu texto. É que, depois de hoje, (6 de Agosto, não me posso esquecer jamais desta data. Ó Mesquita, 'tá a inaugurar mais um parque subterrâneo, desta vez com o nome do Morgado, se faz favor.) Braga será diferente. Braga primeiro, depois Portugal, depois a Europa até que as tuas palavras cheguem aos homenzinhos verdes que pululam nessas galáxias.

Agora, que a tua caneta disferiu tão vil ataque aos poderes instalados, nunca mais em Braga se ouvirá falar das negociatas dos empreiteiros e consequentes manifestações de apreço por parte da sociedade civil (mas tu, se bem me lembro, até és a favor, correcto?). Vamos todos acreditar em ti! Pedro, eu que tenho muitas coisas que me fazem ser um transgressor miserável às leis de Deus, e poucas que atenuem a minha ausência de virtudes, peço-te, humildemente, guia-nos! Mostra-nos a luz! Faz-nos sair do mundo das sombras. Sê o nosso Príncipe Míchkin - não procures, eu digo-te quem é. É o protagonista da obra maior de Dostoiévski; O Idiota... -. Dá-nos as intermináveis palavras que nos farão desfazer, ou pelo menos confrontar, o indesejável silêncio que nos assola. Corta as amarras que nos seguram a esta existência viática, e transforma-nos, com a tua desarmante mas bem armada candura, em buscadores da essência humana. Não nos deixes assim; sem rumo. Contagia-nos, por favor, com a tua ternura submersa que faz de ti, porventura, o mais grave e luminoso escriba da nossa mui nobre cidade.

Devo dizer-te que estás cada vez melhor, pá. A sério! A fina ironia dos trauliteiros prebendados parece finalmente ter toldado a tua pena. Aliado a este novo elemento, vejo que não perdeste ainda a respiração interminável de um amor incessante e extasiado pelo teu próprio deslumbramento. É, diz que quem é assim, como tu, chega sempre longe. Ainda assim, eu que ainda mal abri os olhos e que não sou dado a moralismos, sempre posso dar-te um conselho; faz jus ao teu último nome e cresce. É que não há charme numa pessoa em que a ausência de ostentação vale tão pouco.