A propósito da Greve da Função Pública

Isto de ter feito 40 quilómetros, ter chegado a um tribunal onde me disseram que não haveria nem chamada, nem faltas nem o Juíz lá poria sequer os pés hoje (longa vida aos serviços mínimos supostamente assegurados) e ter de fazer mais 40 de volta fez-me pensar num episódio que se passou há alguns anos na minha aldeia (vila) natal.
Era absolutamente fundamental construir uma via com melhores condições para a ligação a Fafe. Todos de acordo, mãos unidas no projecto (com excepção dos aficionados do Rally, que veriam um dos melhores troços do País ser cortado "às postas"). Mas tudo bem, em função do progresso.
Mas eis que chega a questão que ninguém esperava surgir. A estrada vai precisar de passar pelos terrenos de alguém. Quem se chega à frente? "Ai eu não!!", "Eu quero que a estrada se lixe, a velhinha ainda dá", "Então e porque é que tem de passar por aqui??", "Eu vou ter de ceder isto tudo? Então e o vizinho não cede nada?"
Com o funcionalismo público é igual. Sim senhor, vamos cortar..., mas noutro sítio, sim?
Será que não percebem que qualquer solução que tenha o mínimo de credibilidade (inter)nacional terá de passar, no mínimo, por um congelamento prolongado dos seus salários?
Se não perceberem, quando o FMI chegar e mandar, por exemplo, cortar o 13º mês, eu vou-me rir. Façam lá mais uma manifestaçãozinha... Antes que seja tarde...

2 Response to "A propósito da Greve da Função Pública"

  1. "Será que não percebem que qualquer solução que tenha o mínimo de credibilidade (inter)nacional terá de passar, no mínimo, por um congelamento prolongado dos seus salários?"
    E porquê?
    - O governo deixa fugir metade da riqueza produzida: economia paralela. Há quem construa moradias de 150 000 euros sem passar uma factura. Fuga ao fisco continuo.
    - Os advogados em média ganham 1 000 euros!
    - Os construtores civis, menos.

    Etc, etc, etc, etc.

    - O + fácil e sem trabalho, é precisamente não aumentar os salários.
    Esse raciocínio é uma falácia.

    Caro José, num momento de Crise tao grave tem mesmo de se cortar na despesa.
    Falou em sectores privados quando a despesa que tem de se cortar é a pública.

    Daí que o meu raciocínio nao é nenhuma falácia mais sim a constataçao de uma realidade.

    Já o seu raciocínio aponta claramente para a intençao de aumentar impostos, para taxar as actividades privadas.

    Nesse caso sou eu que lhe respondo: O mais fácil e que nao dá trabalho é aumentar impostos.

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