Estranha forma de vida
Mais uma vez parece que os portugueses vão ficar arredados das opções estratégicas da U.E. O conselho de sábios (perdão, de Estado) foi quase consensual em considerar dispensável a consulta popular sobre o tratado simplificado. Honra seja feita a Marques Mendes (que tem vivido o seu melhor momento nas últimas semanas), o único a defender intransigentemente essa condição. É essencial, sob pena de se agravar o fosso entre as instituições e os cidadãos, que a Europa (a da U.E. está claro) escute as diversas vozes dos países membros. Se o não fizer demonstra que está para ficar o ímpeto tecnocrata e, pior que isto, transmite a ideia de que, independentemente do que venha a acontecer, independentemente do voto dos europeus, a U.E. terá sempre maneira de ultrapassar esses "aborrecimentos" (desrespeitando ostensivamente aqueles que já tinham votado no anterior referendo).
O paradoxo entre a fundação da C.E.E. (com o ideal da concórdia e da solidariedade) e a actual U.E. (no paradigma do elitismo das decisões) será sempre resolvido por nós cidadãos e nunca contra nós, oxalá nos apercebamos a tempo disto mesmo e actuemos em conformidade.
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