os assoreados

há coisas em que tenho uma sorte do caralho. não que por isso signifique que outros tenham, em razão directa - ou como consequência - azar. apenas não têm tanta sorte. pensem lá quantos de vosmecês ouvem merdas destas à mesa - ali enquanto deglutam xixa da boa - "a democracia cumpre-se, acima de tudo, na dignificação da cidadania". e, seguidamente, explicado. por dignificação podemos muitas vezes entender "a assunção de um hino ao contra-poder". e isto dito com a serenidade angustiada que só os homens de ideais conhecem. daqueles que se escutam por serem sérios sem fazer da seriedade uma carranca. sabem, não sabem? por se lhes sentir alma e serenidade mesmo na divergência. e pode até passar um anúncio à margarina vaqueiro, ou aquele do beto agricultor da agros. nada nos tira disto. eu sei, eu sei. até tinha prometido nunca mais me angustiar com estas coisas. escuso, há muito, de me dar a este trabalho e a esta maçada. o que já não me acalma nem descansa. como dantes. e é pena. as coisas gastam-se. o que outrora me inebriou na felicidade dos justos. é hoje penoso. até por que as pessoas de convicções "por que sim" são carquilhas pouco interessantes aqui para o menino. durmam bem. quentinhos.

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