5 letras pretas numa placa branca quem vem de Famalicão pela E.N.- 14
By Fontes do Ídolo
on segunda-feira, 21 de julho de 2008
23:24
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Olhares sobre Braga
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É estranho, mas a verdade é que num primeiro impulso, um ímpeto a que poderíamos se tivéssemos tempo e vontade apelidar de animal, enjeito-me a enveredar pelo generalíssimo “está tudo mal”, quando penso em pensar sobre as coisas mais facilmente pensáveis no que diz respeito ao ufano amontoado da mais vil trupe que se tornou a mui digna, na sua apetência para a prostituição intelectual, cidade de Braga.
Braga é um jardim de tralhas povoado por pessoas que não podem discutir nada. Poder, podem, mas fazem da discussão o fim, não o meio. O gosto pela esgrima das palavras nem é lá muito intenso e, para além disso, quem dele faz modo de vida tem, geralmente, pulsos fininhos. Como se sabe, pulsos fininhos servem apenas para entrar melhor em sítios apertados. Não é o caso. Aliás, eles, os dos pulsos fininhos, têm também uma inefável tendência para os usar (aos pulsos) de abanadores, à falta das orelhas, repasto para algumas das melhores iguarias da região.
Por cá, o governo (qualquer um, se bem que por cá só houve de facto um) não tem vozes discordantes no seu seio, seja em relação ao que for. A populaça também acha “que sim” a tudo o que é proposto e o rastro de visco alastra-se. Isto do “que sim” criou raízes e houve chicos-espertos que perceberam que podiam chico-espertizar por aí através de vozes dissonantes. Caíram no engodo, os gajos! É que, diz-me a experiência, a uma voz discordante nem sempre corresponde um pensamento desarmónico. Percebem? Eles falam, falam… Oiça-se o pensamento (quando ele existe) em lugar de louvar a voz, só por ser dissonante. Um governo tem de ser uno, ok, mas não unânime. Discutam-se pensamentos, não vozes. E as solidariedades não são incompatíveis com a discordância pontual, cedo neste ponto sem problema. Contudo, o que me mói (mas felizmente não mata, que ‘tou rijo comóaço) é que quase sempre vamos ouvindo o mesmo estilhaçar pro bono da mesma(s) voz(es) a fazer mais ruído de fundo na política (e na sociedade, e na vida cívica e no activismo impoluto e desinteressado…) bracarense que dezassete Ferraris a acelerar ao mesmo tempo em Maranello.
Desta vez, a estação não me parece silly: parece-me inquieta. Como se uma tempestade memorável estivesse pronta a explodir. Braga é assim: “Les uns et les autres”, e se quiserem também pode terminar com um longo bailado, ao som do Bolero de Ravel. Por que já dizia Eugénio de Andrade, "Quando se tem um ideal o mundo é grande em qualquer parte". Desculpem mas hoje não verti nenhum dos meus palavrões, mas quem cresceu com esta certeza e tenta fazer dela o seu lema tende, de vez em quando, a ficar fodido.
Braga é um jardim de tralhas povoado por pessoas que não podem discutir nada. Poder, podem, mas fazem da discussão o fim, não o meio. O gosto pela esgrima das palavras nem é lá muito intenso e, para além disso, quem dele faz modo de vida tem, geralmente, pulsos fininhos. Como se sabe, pulsos fininhos servem apenas para entrar melhor em sítios apertados. Não é o caso. Aliás, eles, os dos pulsos fininhos, têm também uma inefável tendência para os usar (aos pulsos) de abanadores, à falta das orelhas, repasto para algumas das melhores iguarias da região.
Por cá, o governo (qualquer um, se bem que por cá só houve de facto um) não tem vozes discordantes no seu seio, seja em relação ao que for. A populaça também acha “que sim” a tudo o que é proposto e o rastro de visco alastra-se. Isto do “que sim” criou raízes e houve chicos-espertos que perceberam que podiam chico-espertizar por aí através de vozes dissonantes. Caíram no engodo, os gajos! É que, diz-me a experiência, a uma voz discordante nem sempre corresponde um pensamento desarmónico. Percebem? Eles falam, falam… Oiça-se o pensamento (quando ele existe) em lugar de louvar a voz, só por ser dissonante. Um governo tem de ser uno, ok, mas não unânime. Discutam-se pensamentos, não vozes. E as solidariedades não são incompatíveis com a discordância pontual, cedo neste ponto sem problema. Contudo, o que me mói (mas felizmente não mata, que ‘tou rijo comóaço) é que quase sempre vamos ouvindo o mesmo estilhaçar pro bono da mesma(s) voz(es) a fazer mais ruído de fundo na política (e na sociedade, e na vida cívica e no activismo impoluto e desinteressado…) bracarense que dezassete Ferraris a acelerar ao mesmo tempo em Maranello.
Desta vez, a estação não me parece silly: parece-me inquieta. Como se uma tempestade memorável estivesse pronta a explodir. Braga é assim: “Les uns et les autres”, e se quiserem também pode terminar com um longo bailado, ao som do Bolero de Ravel. Por que já dizia Eugénio de Andrade, "Quando se tem um ideal o mundo é grande em qualquer parte". Desculpem mas hoje não verti nenhum dos meus palavrões, mas quem cresceu com esta certeza e tenta fazer dela o seu lema tende, de vez em quando, a ficar fodido.
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