helder postiga (com acento no "é", naturalmente)

estive a ver a rtp-n. não, não estou acamado. foi mesmo de livre espontânea vontade. como se costuma dizer. e lá assisti com cândida misericórdia ao debate. ordeiro. sem as altercações do costume. sem os ó shô doutore, desculpe lá shô doutore, olhe que não shô doutore. foi coisa silenciosamente contida. o alvo principal não estava lá. o nosso joão jardim não se dá com isto da democracia. e foi curioso. diria até que foi bom que ele, salvo seja, lá não estivesse. talvez o nosso jardim vá mesmo cair desta vez, talvez caia até desamparado. como por norma cai quem não soube equilibrar-se. são muitos anos de gestão estratégica. são muitos anos a equilibrar os vários dias de são receber. bom, mas não é isso que quero dizer. sinceramente. gostei do miguel brito. não apresentou uma proposta que fosse. não há mal. todos sabemos que ele também não vai a votos para ganhar. é uma espécie de didier lang da coisa. quando for preciso prestar serviço cívico, é chamá-lo. o lang marcava cantos. o miguel brito é bom nas analogias. e deu meia-dúzia de patadas no BE e no ricardo rio. vampirizou o discurso. tenho pena que a CDU também não tenha feito chegar nenhum dos seus cadáveres ao debate. é uma grande pena. mesmo. ainda bem que a rtp-n decidiu ocupar a cadeira vazia. acho que o senhor que escolheram para esse efeito esteve muito bem na árdua tarefa de estar um hora na tv sem dar uma para a caixa. gostei dos óculos que lhe escolheram. quando tiver aquela idade vou querer uns para mim. a camisa também era boa. transbordava qualidade. podiam ter em atenção esse pormenor. tudo bem que a odete já lá não anda, mas não faltemos ao respeito aos dogmas comunas. por falar em camisas, joão delgado, amigo, menos! por favor, menos! pá, essa coisa de não se perceber se fazes ou não o bigode ainda é naquela, mas esse casaco? pá, ok, anti-tendências, fora o capitalismo e o despesismo, vamos recentrar as nossas prioridades, tudo muito bem, mas creio que essa indumentária nem o companhia usaria. e olha que falo do companhia depois de ter sido corrido pelo batatinha à murraça. ali mesmo em frente à canalha. e coitado do companhia que ficou sem orçamento para as cenas dele. e mesmo assim, mesmo com aquele cabelo à cameron diaz, aposto que o gajo diria que aquele casaco era muito óbvio para fato de palhaço. e a camisa também. a rever, joão. a rever. propostas, tá bem abelha! para além de dizer não, por princípio, a tudo o que outros fora do teu espectro digam, creio que não houve nada de salientar. gostei da defesa da gatunagem. foda-se, afinal só querem poder comer. ainda bem! eu a pensar que era mesmo naquela de não quererem vergar a mola. sou mesmo um fascista filho da puta. cabrão de mim. quanto ao candidato-mor ao poleiro, ricardo rio, não esteve mal, dentro de um registo que podemos apelidar de novo-oportunidadiano! já sei que isto não existe, foda-se. é logo a apontar os erros/gralhas! já vos disse, quereis coisas bonitas e correctas ide ao avenida. quereis aprender sem rodeios ide ao remisso. aqui, por mim, só dá merda. obrigado. bom, voltando ao conceito inventado neste preciso momento. tal como nas novas oportunidades, também na política há um registo que faz escola. nas novas oportunidades tem a ver com o estar calado. saber estar calado dá, hoje em dia, direito ao 9º ano. saber estar calado e conseguir escrever o nome completo, com um máximo de 2 erros, dá direito ao 12º ano. falar inglês com se de uma inefável obstrução intestinal se tratasse dá direito a concorrer a 1º ministro. concorrer? mas aquilo é um concurso? candidatar-se, se faz favor. e pia fininho que estás a falar da 3ª pessoa mais importante na hierarquia do estado, óbisteS? ok, ok... só mais uma coisa... o francês do senhor que não queria polícia nas estradas. o francês do senador. não tenho metáfora para o francês do pai de portugal. mas será, quase tão bom como o português da maria de medeiros. que agora é deputada. para gáudio daquela que tem um fardo de palha na cabeça... a do programa da sic-n. como é que ela se chama? a que foi santanete... que se foda, a mãe deve saber o nome dela, isso é que importa! bom, voltando a explicação, na política, mais do que ter um imaculado percurso intelectual/académico, mais do que ser capaz de aliar uma inteligência apurada a um sentido pragmático do savoir faire diário (e isso não é a mesma coisa? ó burro, a inteligência não é também isso? sei lá, pá! e não gosto de falar entre parêntesis. para a próxima metes aspas ou itálico) é importante ter um bom cabelo. o pedro remy quando perceber isso vai fazer carreira. o mais importante hoje em dia na política é ter cabelo. bem tratado. e que cabelo tem ricardo rio. régua e esquadro naquilo. de resto, falou bem, bom discurso, fluído. nota-se que teve oito anos a treinar aquilo. sim senhor, parabéns. claro que depois, e há sempre um depois, há coisas que me chateiam. por exemplo, para quê dar uma de quixote e dizer que há gente ligada (ou que esteve ligada/conotada) com o BE a apoiá-lo? fica mal, percebe-se que estava a dizer uma, para recorrer ao léxico politiqueiro, inverdade... não era preciso. e é com estas coisas que eu penso para mim, e também para o dr. etc.: o que vai ser da minha vida? haverá vivalma por aí a querer fazer bem? ahahahahahah, não penso nada disto. quero lá saber. a sério. e não me importo nada, nadinha, que decidam por mim. amigos, força! desfrutem, regozijem-se, esperneiem-se de prazer! auto-contemplação a um grau máximo de êxtase. bukkake cívico! força, força! ahahahah! bom, já passou. quero, então, neste momento, agora mesmo, voltar a um assunto que aflorei muito ao de leve ali em cima. quando me referi à ausência de MM e aos diversos e patentes proveitos que esse facto trouxe ao debate. deu para confirmar que dois pontos
parágrafo
travessão há munta falta de memória na política. depois, e pese embora o scorcese tenha demorado uma porrada d'anos a ganhar um oscar, as coisas são como são e prontoS. creio que todos concordaremos com esta minha conclusão. sim? consenso? óptimo, óptimo... depois, e incorrendo possivelmente em grave falha, fiquei com a sensação de que sem a presença do nosso querido dino, todos os outros candidatos perderam o rumo. como dizer, estavam sem ponto de luz. sem orientação. sem estrela polar. sem marca geográfica identificativa. percebem? como se eles só existissem por contra-ponto ao grande líder. ó etc., e não é isso que é a oposição? pois, talvez seja! mas falo de uma coisa mais ao nível do cortex escatológico da política. pareciam órfãos de um vício... não sei se estou a fazer passar a minha mensagem. como quando um tipo é agarrado ao cavalo. se houver guito é maravilha, se está todo fodido e de ressaca, mas se não arrumou carros suficientes para poder contemplar seu organismo com excelsas alegorias opiáceas desce aos infernos. podem ser os do senhor alighieri. que era indivíduo para ser bom candidato a presidente de junta. digo eu. vou concluir que este texto está a ficar demasiadamente barroco. até para mim. quero no fundo dizer-vos que sem mosquita todos os presentes deixaram de ser o mesmo que antes eram. faz sentido? não? ok, não faz mal. foi escrito por mim. um desfavorecido na nobre arte do pensamento cristalino. por acaso sou um dos 3783 colaboradores do avenida? não, pois não?! então, qual é a admiração?

1 Response to "helder postiga (com acento no "é", naturalmente)"

  1. S. G. says:

    já vai em 3783?!

    :)

    gostei dessa do "dino"...


    abraço

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