José Júlio C. (aposto que este C. é o acrónimo de cunhas) Peyroteo Martins Couceiro




Nunca tive jeito para fazer balanços. Parece um esforço inútil da memória. Epá, já vivemos, mal ou bem, guardamos tudo muito empacotadamente num qualquer esconso confim do nosso cérebro, e não vejo necessidade de andar a remoer e a espremer algo que já conhecemos. Ainda assim, não deixa de ser com uma expressão de intestina alegria que falo do merdas do Couceiro. O Couceiro convenceu-nos, e ao Pinto da Costa também, de que era treinador. Pois, ao Pinto da Costa ainda vá lá, que o gajo também disse que o Eng. que treina o benfas deveria ser seleccionador - e agora um apontamento à Guidinha Rebelo Pinto -, da selecção. Mas a nós? O povo português! Nós que nos habituámos a rir do paleio do Louçã e de ver a TVI apresentar o Peres Metelo (onde?) como um isento comentador. Nós que vemos sentados na mesma mesa o Coelho e o JPP a discutirem política? Já agora, lembrei-me, deixo aqui a sugestão à SicN para um programa a ser emitido depois do quadratura. Um programa sobre literatura apresentado pelo Cláudio Ramos (escreve bem e bonito - como o cabelo do Derlei -, o moço) que teria como convidados o Herberto Helder, entraria em directo de sua casa e faria as vezes do JPP, a Catarina Salgado - a fazer de Jorge Coelho, aposto que fala mais alto e que consegue dar a entender, pelo menos uma vez, que sabe do se está a falar e, por fim, a Bobone a fazer de Lobo Xavier, com o lenço e tudo. O programa chamar-se-ia, "Os passos em volta da circularidade de um quadrado cor-de-rosa a fazer pendant com as cortinas roxas do Elefante Branco". Voltando ao assunto. O gajo enganou-nos. A nós? Sabem o que eu sinto? A raiva, a morte e o José Cid tudo junto. Eu admito que o Couceiro me fodeu bem. Enganou-me. Assim, mais ou menos, como o Chavéz trocou as voltas ao Bloco cá do sítio. Claro que, a Couceiro - (vem aí um aparte grande, não se percam) iluminado ser com uma pródiga e tibieza capacidade para foder tudo em que toca, qual Midas sem o "i" e com um "er" a substituir essa pequenina letrinha, ainda que o faça com pose, não é assim à moda do caralho, todo agachadito e destrambelhado, é até com uma certa sobranceria, tipo Mourinho, mas sem a cena de ser bom treinador -, pelos vistos tudo é permitido. Pronto, o gajo é da família do Peyroteo e deve ser por isso que não lhe apontam o dedo. É quase como ser o filho do patrão nas reuniões da administração. Perde-se mais tempo a tentar não o mandar mais as suas propostas de volta para o Belize, do que propriamente a resolver os assuntos. O Couceiro tem tudo para ser um treinador de sucesso. Todo ele é Sócrates - e como está na moda ser Sócrates -, debaixo do seu penteado de "pop-grisalho" à la Clooney, das suas corridas matinais no paredão, das gravatas apertadinhas até cima para não se ver o último botão da camisa. Tem tudo. Aliás, quase que aposto, vendo pelo modo como se atira às arbitragens, que quando sair da selecção para ir treinar o Real (Massamá) vai enviar um sms (já vi isto algures...) a todos os jornalistas a dizer que a culpa da derrota no europeu sub-21 foi do Rui Caçador. Como se vê, tem tudo para ser grande. Grande por cá, claro. Quase que aposto que o Couceiro é a favor da Ota e também não quer estudos sobre as alternativas. Enfim, tem tudo, só não ganha. "Pormenores", diz o Madaíl - o gajo que compete com o Nel Monteiro para o prémio "eu é que disfarço que sou careca"-. "Não ganhar depende do modo como se entende o jogo", diria o Madaíl se tivesse feito a quarta classe. Aliás, neste europeu, Portugal ganhou em várias frentes. Por exemplo, ficamos a saber que temos um guarda-redes que pela primeira vez, azar de merda, não defendeu nenhum penálti. Lá está, ganhámos um guarda-redes que já perdeu nos penaltis. Depois, ganhámos uhuh, bem, uhuh, portanto, uhuh, confesso que não sei, mas eu também uso lentes e vejo muito mal ao longe e se não me puserem as coisas mesmo à frente dos olhos eu não as valorizo. Por isso, mas só por isso, dou o benefício da dúvida ao Couceiro. Por isso, e porque a minha mãe diz que ele ainda fala inglês pior do que o Mourinho. E, claro, eu que estou imbuído de tradições cristãs e mais o caralho que me ensinaram na catequese (não, não fui escuteiro) penso logo que temos de ter pena destas pessoas. É isso e só ter deixado de acreditar à terceira vez no gajo que pede 50 cêntimos, ali junto ao Largo dos Penedos, para a camioneta para ir a Barcelos visitar a mãe que está no Hospital. Bem, continuando. Aposto que o Couceiro também tem a sua mãe em conta, e aposto, também, mas aqui pouquinho que a parada é arriscada, que a mãe do Couceiro lhe diz que ele é bom treinador. Pois é, Zé (e este também faz falta?) a minha mãe também diz que eu sou bonito (gosto muito da minha mãe!) mas não é por isso que eu vou a correr fazer castings para ser modelo. Ou que me acho no direito de ser namorado da Eva Mendez. Tenho espelhos, sabes? Do mesmo modo que tu deverias abrir os olhos e ver a bela merda de resultados que tens feito. Amigo: Veloso, M. da Costa, M. Fernandes, Nani, Moutinho, Vaz Tê (só por dito que queria jogar no maior clube do mundo) sabes o que isto significa? Acredito que não. Deves saber valorizar tanto estes jogadores quanto sabes fazer auto-crítica. Na verdade, a tua opinião/crítica/merdas que te lembras de dizer têm sentido e profundidade semelhantes às minhas quando visito um blogue escrito em chinês. Couceiro, amigo, não passas de um wannabe (não sabes o que quer dizer? Pergunta ao Djaló...). Para ti, ser original é andar a reboque, como a espuma da rebentação das águas. Carreira, para ti, é qualquer coisa do género "tu pedes, eu faço... e, depois, ainda te lambo esse teu egrégio cuzinho". Pronto Couceiro, acho que é tudo. Anseio pelo dia em que vais treinar o benfas e, num rasgo de puro génio, escolhes o Luis Campos e o Vitor Manuel (só para ir beber uns copos com o Vilarinho) para adjuntos. E o Mário Wilson para preparador-físico (por acaso, não sei se o gajo já morreu... mas também não vou procurar. Mas pronto, se o Wilson já tiver morrido, podes escolher o Eusébio). É tudo. Deixo-te um conselho. Porta-te bem. Se vais armado para o mundial de sub-20 com as ideias que usaste até aqui, ou ainda pior, vai-te já foder, ok? Sê bom e vai orientar os escalões jovens do benfas. Aquilo lá é que é bom. Os gajos já estão habituados a perder e nem se chateiam. Vais ver que te vais sentir em casa. Por lá, a culpa também é sempre do árbitro... Agora, sim, cordialmente, me despeço. Aceita uma palmada forte nesses ossos e entrega os meus cumprimentos aos teus padrinhos - que eu encarecidamente espero que sejam do benfas.


P.S.- Se a prestação dos sub-20 me avinagrar os fígados, cá te espero.

Nota: Já vi que ficou muito grande, mas leiam que vale a pena. 'tá mêmo bué fixolas.

3 Response to "José Júlio C. (aposto que este C. é o acrónimo de cunhas) Peyroteo Martins Couceiro"

  1. Anónimo says:

    vou ser honesto. mijei-me a rir. nel monteiro... muito bom!

    é um banana este couceiro

    Anónimo says:

    e pronto, o homem passou-se...quase n reconhecia a tua escrita refinada oh palerma! e eu sempre disse, apoiado pelo Zé, que esse senhor tem o melhor empresário do mundo...

    As desculpas esfarrapadas, como falta de sorte e má arbitragem, não convencem ninguém. Se as pessoas não vissem a qualidade das exibições...

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