Tal como Flaubert, também eu procurei les mots justes para o título deste post: Os filhos da puta.

"[...] Na Escola Básica 2,3 de Cacia, em Aveiro, Manuela Estanqueiro teve o apoio dos colegas. A direcção da escola disponibilizou um professor para a acompanhar nas aulas que leccionava, educação tecnológica. «Trabalhou com diarreias, com febres, tinha viroses atrás de viroses, tinha de levar mantas, era preciso levá-la à escola. O organismo e o estado mental estavam muito debilitados e a memória também foi afectada», recorda Teresa Silva.

Na escola, acrescenta, os outros docentes «disponibilizaram um local na sala dos professores onde ela podia deitar-se, davam-lhe a sopa na boca, porque ela não conseguia pegar na colher e, nos dias em que andava pior, tinham de a acompanhar à sala».

O sindicato não desistiu e enviou novos relatórios médicos que mencionavam a esperança de vida de Manuela Estanqueiro: um a dois anos de vida no máximo. Isto no caso da quimioterapia resultar. Já estava internada nos Hospitais da Universidade de Coimbra, com a doença novamente em força, quando a chamaram a Lisboa para nova junta médica, marcada para 19 de Abril. Não conseguiu ir. Uma semana antes de falecer, esta mesma junta concedeu-lhe a aposentação mesmo sem examinarem a professora de 63 anos.
«A minha mãe nunca desistiu do recurso. Ela queria mesmo ir à junta médica para provar que estava mesmo doente, que estava a dizer a verdade. Dizia que iria nem que fosse de ambulância. Era uma questão de honra», recorda Teresa Silva.

O PortugalDiário tentou obter uma reacção do Ministério da Educação e também do Ministério das Finanças, que tutela a CGD, mas ainda não obteve resposta."

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