No Blogue do caviar, um dos merendeiros de serviço opinou sobre o enquadramento urbanístico que surgirá junto à Casa da Música com a construção de dois prédios novos. O outro merendeiro não concorda assim tanto que isto de anuir não é para ele. Ambos os merendeiros discorrem sobre um terreno lamacento que separa os utilizadores do metro do betão da cidade. Como é claro, mentem os dois. Andei mais de um ano a fazer esse percurso, por isso, estou em crer que falo do que sei. O metro na paragem Casa da Música (Boavista) tem duas saídas: uma que dá acesso directo à rotunda da Boavista (pronto, merendeiros do caralho, temos que percorrer uns 200 metros a pé até chegarmos mesmo à rotunda...) e uma outra saída que dá acesso a uma Gare onde passam/param/esperam autocarros e táxis. Ora, esta saída faz fronteira com o dito terreno lamacento. Bom, o cerne da questão é que vivemos em Portugal e como sabemos em Portugal as vedações não servem o seu propósito (que é, imaginem, vedar), mas antes servem para serem pisadas, destruídas para que o pessoal ganhe 12 segundos no percurso diário, mesmo que isso implique ficar todo cagado para o resto do dia. É isto que se passa ali. Há uma vedação que em tempos tentou impedir que o povo saltasse directamente da saída do metro para o terreno lamacento (aliás existe uma escada que dá acesso a uma passagem criada com o propósito de evacuar as pessoas que saem do metro em direcção à Av. Boavista, mas mesmo assim toda gente se borra como criança curiosa só para não andar mais 100 metros). Por último, o terreno lamacento tem, imaginem vocês, um caminho alcatroado que perfaz toda a extensão do mesmo... Quer isto dizer que alguém - precavido da sapiência típica do tuga - se antecipou e com o intuito de facilitar a vida aos mangelas optou por transformar parte do terreno em via transitável. Talvez fosse aconselhável que estes arautos do mal-dizer saíssem uma vez que fosse da câmara de a/c onde se fazem transportar diariamente e pusessem um pé na estrada. É isso meus amigos, calcar o asfalto não mata e evitava-se uns dislates sobre coisas que não conhecemos. Ou, se calhar, isto só é falado porque se passa no Porto, cuja Câmara é PSD e cujo Presidente dá pelo nome de Rui Rio... Ora foda-se, já devia ter pensado nisto antes...