ainda a saúde (ou a falta dela) - ii

Marta,

Não resisto a “trazer” à página principal, a sequência da nossa discussão que estamos a ter na caixa de comentários deste post referente à substituição da medicação para os doentes do foro neurológico do hospital de Braga.

Face à inexistência duma resposta ou dum comentário, por parte do Ministério da Saúde, ao que se passa, perguntaste-me se os responsáveis não deveria ser o governo PSD/CDS por terem sido eles a definir o perfil assistencial do Hospital de S. Marcos.

Para além de não encontrar lógica nessa associação, visto não ser isso o que está em causa, não posso deixar de estranhar a tua reacção, por isso, desculpa, mas tenho que te perguntar se realmente leste a notícia para a qual eu linkei nesse post.

É que pelo que conheço de ti, tenho de duvidar que o tenhas feito, visto os teus comentários pouco ou nada terem a ver com o que a notícia refere, e que é muito simples.

A administração do Hospital de Braga, obrigou os seus clínicos a, praticamente, obrigar os pacientes a consentir uma mudança do tratamento medicamentoso que, pelo que se sabe, tem efeitos secundários tal, que levou a que muitos, simplesmente a deixassem de tomar. E, face à possibilidade que lhe foi referida na altura de, caso quisessem, puderem voltar à medicação original, nenhum pedido foi ainda aceite. Tudo, ao que se percebe, por uma questão financeira.

Por isso tenho que te voltar a perguntar:

  • O que tem o governo PSD/CDS liderado pelo Durão Barroso a ver com isto?
  • Não deve o Governo, independentemente da sua cor política, disciplinar e fiscalizar as formas empresariais e privadas da medicina garantindo padrões de eficiência e de qualidade?
  • Não é competência do Governo (independentemente da sua cor), exercer funções de funções de regulamentação, orientação, planeamento, avaliação e inspecção do SNS?

Para mim, mais uma vez o digo, deveria ter existido alguma acção do Ministério da Saúde face a esta situação. Pelo que parece não terás a mesma opinião.

Post Scriptum (não coloco a sigla para não ferir susceptibilidades): o convite para o café continua aberto…

2 Response to "ainda a saúde (ou a falta dela) - ii"

  1. Valério,

    eu não disse que o governo PS não deveria intervir. Aliás, neste momento só ele poderá intervir (e como te disse o deputado Ricardo Gonçalves já está a tratar da mediação). Só te disse que me causava estranheza que se criticasse o PS sem nunca se falar na origem do problema. E a origem do problema é a privatização e os termos em que ela assentou, que deveria acautelar os legítimos direitos dos utentes, e pelos vistos não acautelou... A mudança de um medicamento para outro de preço inferior é claramente a lógica da gestão privada a funcionar, a lógica economicista, que neste caso está a perverter aquilo que está constitucionalmente garantido no âmbito da protecção na saúde.
    Está fácil de ver que a preocupação dos gestores privados não passa muito pela satisfação dos utentes do SNS, ou pelo serviço público, mas pela procura do lucro (rendibilização dos investimentos)...

    Espero que tenha ficado claro. Não quero fazer-te escrever outro post sobre isto... :) Até porque também não preciso de momentos publicitários, e para mim foi apenas uma troca de impressões. Como não me assusta o contraditório...

    Tu não disseste que o governo não deveria intervir, mas disseste que não tinha que o fazer, visto que a responsabilidade era do Governo do PSD/CDS. Coisa com a qual não consigo concordar.

    Mas volto a perguntar: Não achas que o Ministério já devia ter feito alguma coisa, independentemente das iniciativas dos deputados à AR?

    (Estou a ver que tenho que esquecer o café...)

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