Como arranque da rúbrica, nada melhor que começar com o Superior Magistrado da Nação, o nosso Presidente da República.

Certamente lembram-se da polémica das escutas entre Belém e S. Bento. Aparentemente (a confiar no D. N.), essa polémica foi iniciada por Fernando Lima, então assessor da Presidência da República para a Comunicação Social, quando lançou para o jornal "Público" informações de que se suspeitava que o Presidente da República estaria a ser espiado pelo Governo. Esta foi uma tentativa de resposta à provocação feita pelo PS quanto à participação de Assessores do PR na elaboração do programa eleitoral do PSD.

A coisa correu mal ao Fernando Lima. Cavaco Silva afasta-o do cargo, substituindo-o por José Carlos Vieira. Este acto do PR foi visto por muitos analistas como um admitir de que existia a possibilidade de andarem a "semear" notícias falsas nos jornais.

Pronto. A bomba caiu. Tudo acalmou. Apenas ficou uma sensação estranha. Como é que o PR afastou assim, sem mais, uma pessoa que lhe era tão próxima, da sua confiança, que esteve com ele nos X, XI e XII governos constitucionais? Todos vieram dizer: "eh pá, o Presidente sim senhor, um tipo às direitas. Quando viu suspeitas de ilegalidades não quis saber se era amigo ou não. Correu com ele. Muito bem. O homem é um exemplo".

Já ouviram a expressão "um passo atrás para dar dois para a frente"? Este episódio será assim recordado por Fernando Lima. Se não acham vejam aqui, nos elementos da Casa Civil do PR, se não está lá, como assessor directo do Chefe da Casa Civil, um nome familiar. Pois é. O homem está num lugar hierarquicamente superior ao que estava quando foi destituido de funções. Se o Chefe da Casa Civil sair (aposto que vai acontecer), será ele que o vai substituir.

Não estão a ouvir a conversa? "vá lá Nando, eu tenho de fazer alguma coisa, caramba! Tu também és culpado porque deixaste que te apanhassem os "imeis". Até vou ter de fingir que estou preocupado com a segurança da nossa "internéte" e vou ter de falar ao país outra vez. Depois daquela porcaria que fiz com o caso dos Açores não me faltava mais nada, caramba!! Vá lá nandinho, deixa a poeira assentar e eu prometo-te que te promovo, só para veres quem é teu amigo!! Aceitas??? Ganda Nando, isto sim é um amigo!!! Maria, serve aí um conhaque ao nosso amigo. Ganda Nando, pá!!!"