toxicodependentes que vendem cachorros à porta das discónights

há coisas que não sei contar. e tenho pena. um lamento mais ou menos contido. remeto-me para a humana limitação de sermos... humanos. não podemos saber de tudo. tenho pena de não saber a história dos 5 violinos. e como não cedo à sabedoria internáutica, fodo-me. e fico sem saber. mais vale. não saber. que saber enganado. por exemplo, não sei o que motivará um indivíduo mentalmente são a enveredar pela política. não me venham com as merdas do costume. não tenho uma faceta persecutória. estou até a marimbar-me para isso. mas era uma das coisas que gostava de saber. e que nunca vi dita. ou ouvi escrita. pode também ser falha minha. que ultimamente pareço distraído. como andei entre mil nove 95 e 98. e depois. enfim, depois só vejo gajos a cumprir calendário. e gostava de ouvir uma verdadeira pedrada no charco do torpor mental em que a oligarquia do bloco central mergulhou o país desde há uns anos. e sei muito bem o que é bloco central. ou julgo saber. faz falta um belenenses na política. um boavista não. muito menos um nacional da madeira. apenas sei que isto seria mais fácil se o meu avô ainda aqui estivesse. ou se o elvis costello viesse cantar-me uma musiquinha cá a casa. até o receberia bem. tenho restos de bolo mármore e tudo. e meio copo de fanta de laranja. quando morrer, já pensei nisso, quero que me escrevam na lápide "estava tão bem em casa, acordado". não se esqueçam. vós que me ides aguentar até lá. o meu irmão (é mais novo, bonito e tem mais dinheiro) anda entusiasmado. as mulheres fazem destas coisas. aos homens que gostam de mulheres. quando uma mulher gosta de um homem - na minha opinião - as coisas tendem a correr melhor. não sei se já o escrevi aqui, mas já o pensei e já o disse também, se não fossem as mulheres estaríamos ainda em grutas. os homens. que gostam de mulheres. os homens para quem, por exemplo, cortar as unhas dos pés poderia muito ser considerada actividade de alto risco, daquelas com direito a subsídio e horas-extras. se calhar falo só por mim. que todos vós as cortam com relativa e assaz facilidade. eu não. que me fodo. mas falava de quando uma mulher gosta de um homem. deve em primeiro lugar esse homem dar graças. a quem quiser. a quem acreditar. a probabilidade de uma mulher (faça-se aqui uma ressalva que falo também de uma mulher a sério. não me venham com amontoados bem organizados de ossos e xixa da boa sobre um manto de decrépita essência que vos mando já ir lavar as banheiras de todos os bairros sociais portugueses, incluindo os de paris e nova jérsia) gostar a sério e à séria de um homem é semelhante à de termos um golo de cabeça do cardozo. em segundo, deve esse homem orgulhar-se da disponibilidade dessa mulher. pah, elas arranjam tantas coisas para fazer (limpar, arrumar, endireitar, ajeitar, varrer, lavar...) que terem tempo para gostarem de um homem deve ser visto, e tido em consideração, como a passagem do cometa halley dos relacionamentos. passa pouco e quando passa há que estar atento. e há quem nasça, cresça e morra sem o ter visto. ao cometa. e sem o conhecer. ao amor de uma mulher. e um dia esse homem que foi amado por uma mulher vai poder contar à descendência o que foi essa aventura. se não tiver descendência terá sempre meia dúzia de miúdos daqueles que param junto ao edifício onde ele gastará os seus últimos dias a jogar às cartas com outros velhos. ele contará e dirá que mesmo a dormir, em casa, os dias passam cheios de tudo. isto até parece que estou a brincar. mas não estou. só que dou por mim a discorrer sempre para vielas esconsas das coisas. e quando começo a falar de alguma coisa tendo a falar de mim. já me chamaram individualista. não que me importe. mas prefiro pensar que escrevo apenas das coisas que sei. das que conheço. e talvez por isso apenas possa ousar tentar falar de mim. talvez não fosse mau seguir este princípio. não é por eu o usar que o acho bom. apenas o acho bom. e é por isso que o uso. já alguém o fez antes de mim. muitos até. seriam bons. melhores do que eu. teriam nomes fáceis de dizer. aposto que haveria pelo menos um paco. um pedro. um joão. um paulo. também eles teriam uma mulher que gostou deles. e saberiam então os riscos que se correm ao tentarmos viver na tranquilidade das regras. e é isso que elas melhor nos ensinam. como o pessoal dos países nórdicos. sabem? diz-se que é por lá que melhor se vive. ao que parece há indíces e números que comprovam isso mesmo. o que é curioso. digo eu. ser a matemática a servir de prova. enfim. mas voltando ao assunto. vivem bem por lá. mas ao mesmo tempo têm a mais alta taxa de suicídios. não é incrível? aposto também que haverá algum português que já terá feito um estudo sobre isto. mas como não o colocou e publicitou no seu próprio blogue um gajo não sabe de nada. a não ser que dê de trombas com ele. o estudo. e é até assim que as melhores coisas nos surgem. quando menos as pedimos. ou esperamos. pronto. tencionava horrorizar-me com esse facto. então vivem bem e suicidam-se? pois. acreditem que penso perceber. eles não tinham uma mulher que gostasse deles. não sabiam mais. elas. bom elas muito provavelmente teriam um homem que gostava delas. juro-vos. não quero ser de forma alguma ignóbil. a escrita é estanque. e vale o que vale. neste caso, pouco. e pronto. tudo se resume a esse rasgo de sorte. o de termos uma mulher que goste de nós. eu sei. é fodido. pode até nem ser justo. a vida pode ser banal, às vezes mesmo muito deprimente. por vezes, deixa-nos exaustos, vazios de ideias, de vontade, de humor, de tudo... ao ponto de apenas encolhermos os ombros numa discussão futebolística. é caso grave. mas depois. depois há sempre uma altura em que posso recorrer ao longo e reconfortante sussurro de uma mulher. que goste de nós. talvez um dia. mais lá para a frente. quando me puder sentar com mais sabedoria numa qualquer cadeira eu possa explicar a quem me pergunte como é que fiz para a ter perto de mim. hoje apenas saberia rir-me. e contar-lhes sobre como nem ela me matou, nem eu matei ninguém. ainda bem.

Pharrell - Frontin
Dj Premier- Invincible
Nitin Sawhney - Letting go
TM Juke - Knee Deep
Ratatat - Shempi

3 Response to "toxicodependentes que vendem cachorros à porta das discónights"

  1. Anónimo says:

    Que sou mais novo, bonito e gosto de mulheres...ok, toda gente sabe!! Agora essa do entusiasmado... ;)

    Anónimo says:

    Que romântico caro doutor! :p

    Unknown says:

    moi? talvez. mas com má técnica.

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