Quod antea fuit impetus, nunc ratio est *


As eleições para a liderança do PSD entusiasmam-me tanto quanto chegar a casa e ver que o jantar é peixe cozido. Ora, o peixe cozido é, como muito bem salientou Eduardo Prado Coelho, o grau zero da culinária. Estamos falados, então. Ainda assim, não queria deixar de fazer duas notas. Primeira, Meneses. Eu gosto muito de médicos. A sério. O que seria de nós se não tivéssemos quem nos afagasse a angústia com palmadinhas de sensatez de cada vez que procuramos no nosso crânio relevos de mortalidade. Mas, segundo consta, Meneses não conta como médico. Mais, nunca engoli o negócio do El Corte Inglés. Segunda, Rui Rio. Também ouvi o que aqui já foi destacado pelo João Marques. Eu gosto do Miguel Veiga, até porque já me pagou um copo no Twins sem me conhecer de lado algum. Gostaria de envelhecer como ele. E poder falar sem rouquidão. Faço-me entender? Quanto ao Rui Rio, também gosto dele. Empirismo puro, esta minha opinião. Gosto dele desde de que o vi, na sua casa em Viana, a cortar um directo a um jornalista que tentou falar com ele sobre um assunto qualquer que ele havia dito que não comentaria naquela altura. Gosto dele na medida em que consegue, ao mesmo tempo, exasperar os grandes grupos económicos e também servir de mote para as sempre folclóricas epifanias da caviar crew do Bloco. E isto, meus amigos, é de certeza um sinal. Revejo-o nas palavras de Montaigne, "Não me ocupo de dizer o que se deve fazer no mundo - já há bastantes que o dizem - mas de dizer o que eu nele faço".

*- O que antes era ímpeto, é agora método.

2 Response to "Quod antea fuit impetus, nunc ratio est *"

  1. Anónimo says:

    twins... gostas delas já mais velhas, não é? seu malandro...

    Anónimo says:

    muito bem. aprecio a sua escrita. parabéns.

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