O caso da menina inglesa.

Há crimes que degradam o valor do mundo. Nesses crimes é imperativo ir longe, aos recônditos do ser humano, beber das noites ocultas e sombrias para se conseguir trabalhar as relações de mistério. Não há nestes crimes as relações de causa e efeito. Por isso, os enfadados jornalistas que acompanham o caso da menina inglesa podem ir perorar as suas alarvidades pró grandessíssimo caralho qu'os foda. É nos limites da palavra, nos limites da experiência humana, nos limites do sentido que encontramos os elementos presentes neste caso. Elementos indiferentes à nossa realidade quotidiana que são agora retirados da imanência consubstanciada de um mundo a que não aderimos, nem dele apreendemos alguma coisa, já que não ultrapassamos a superficialidade da realidade. Ilustríssimos repórteres, eu que ainda tenho alguma dificuldade em cortar as unhas dos pés, já há muito que percebi que, nestas situações, como em outras, é na materialidade e na racionalidade opaca que está a deficiência da apreensão, é essa mesma racionalidade que vocês tornam em demência, em grosseira mistificação, uma espécie de ídolo da alienação do espírito.

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