Os Reis da Sucata



Pergunta Santana Lopes em declarações ao DN: "Não há ninguém da brigada da ética que esteja disponível para este desafio? Têm medo de disputar eleições?"

O mundo não é assim tão perigoso. Quanto muito é cómico. Assim, havendo perigo a gente sorri e perpetua-se no sorriso. Pondo de parte o tom bolhanesco da afirmação e a conotação pueril que quase tudo que Santana faz ou diz tem, não deixa de ser interessante que na gestão da cultura do eu de Pacheco Pereira raramente entre o poder executivo. Ao que parece, para JPP a clara demonstração da objectividade nem sempre contribui para o seu bem-estar. Eu que ainda sou muito novo, e ainda mais nisto dos blogues e na leitura dos fenómenos políticos, a Pacheco Pereira já consigo reconhecer a capacidade de imaculadamente defender tudo e o seu igual contrário com a mesma veemência.

Esta seria porventura uma óptima oportunidade de Pacheco Pereira mostrar que é mais do que a construção hodierna do antigo "herói do território de Téspias na Beócia, famoso pela sua beleza e orgulho".

3 Response to "Os Reis da Sucata"

  1. Meu caro companheiro de blog, sou forçado a respeitosamente discordar desta opinião. Se é certo que JPP é alguém que gera tudo menos consensos, não menos certo é o seu perfil de inquestionável frontalidade. Sigo desde há muito as suas opiniões e muito honestamente não me recordo de especiais contradições. E sejamos sérios, alguém de boa vontade pode dizer que uma figura de tal maneira controversa (exactamente pela frontalidade que a maior parte lhe reconhece) poderia alguma vez ser indicado como candidato de um grande partido como o PSD. São as limitações e os prémios que, infelizmente, cabem a quem assume uma postura honesta e descomprometida num partido político. E já agora não nos esqueçamos que foi ele que deu "o peito às balas" contra Mário Soares (sim, esse mesmo) nas eleições europeias de 1999, quando o PSD vivia cambaliante.

    Anónimo says:

    Pois, tens, a até certo ponto, razão.

    Quando digo que JPP é incoerente faço-o na medida em que lhe reconheço capacidades para ser o líder que há muito falta ao PSD. Ao invés, perde-se em análises políticas e sociais e em constantes críticas. Não aprecio aquela postura que ele tem adoptado de supervisor dos comportamentos e, como muito bem disse PSL, de "polícia da moral". Creio que JPP poderia dar muito mais ao país. "A Little Less Talk And A Lot More Action", já diz a música. Porventura, seria a altura de ele e outros como ele (Maria Ferreira Leite, p.e.) tomarem as rédeas do partido e nada como começar pela CML.

    Contudo mostrar coragem numa eleição europeia é, digamos assim, mais fácil do que na candidatura a uma câmara municipal. E concorrer contra Mário Soares espoletou, certamente, o eu de JPP... Comparando eleições, dentro da impossibilidade que assiste a esse processo, não há qualquer analogia no que concerne ao mediatismo e à pressão que é exercida sobre os eleitos. Basta ver pelas taxas de abstenção (entre 60 e 66%) e pela lógica (sim, lógica, uma vez que o número de deputados tem sido quase sempre o mesmo) das votações. O parlamento europeu é visto como uma espécie de desterro para aqueles que podem causar algumas desavenças. Até porque a acção dos deputados europeus, salva raras excepções, tem sido inócua.

    Por fim, tenho pena que o PSD se deixe cair nestas tricas e politiquices e acabe por perder a CML deste modo.

    Anónimo says:

    O PSD precisa de uma lufada de ar fresco.

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