Lei da paridade
By Joana Fernandes
on terça-feira, 15 de janeiro de 2008
21:37
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nasci loira. o cabelo escureceu mas podia não ter acontecido
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9 Comments
A lei da paridade obriga à introdução de uma percentagem de mulheres nas listas para os diferentes organismos. A lei está aprovada, será aplicada e é necessário pensar nela!
Um exemplo do trabalho que pode e deve ser feito está a ser desenvolvido pela concelhia do PSD do Porto! A forma como este projecto está a ser desenvolvido permite perceber que existe a vontade de tratar esta questão de forma séria e atempada, o que é de louvar!
Ainda assim...
Sou contra esta lei por diversos factores e um deles fica patente neste discurso: "Começa a ser complicado arranjar mulheres politicamente válidas", referiu Virgílio Macedo, salientando que "arranjar mulheres para as listas é fácil, o difícil é arranjar mulheres com qualidade".
Não querendo aqui impôr um discurso feminista, o que pergunto é: todos os homens que estão envolvidos politicamente são válidos? e sendo, onde se formaram?
Uma parte das mulheres e dos homens que militam e participam não possui formação e, algumas vezes até, qualidade... é um problema social e estruturante!
Como disse e repito, considero a iniciativa louvável, mas deixo uma sugestão: porque não estender essa iniciativa formativa a ambos os géneros e a diferentes faixas etárias? Se a ideia principal é captar e formar quadros para posterior integração nas listas, porque não o fazer com todos?
Ó Joana, adoro quando falas de coisas sérias!
Estou de acordo contigo, Joana. Aliás, já tinhamos falado disto no meu blogue.
"Começa a ser complicado arranjar mulheres politicamente válidas", referiu Virgílio Macedo, salientando que "arranjar mulheres para as listas é fácil, o difícil é arranjar mulheres com qualidade".
Em parte, concordo. Esta lei vai empurrar mulheres para a política que não têm qualidade, vocação para tal e que não têm experiência política. Isto é muito mau. Temos que ter a noção de que o dar um palpite ou dois sobre política não significa que tenham qualidade para fazer parte de uma lista ou exercer algum cargo político.
Mas também concordo quando questionas a qualidade política dos homens e sua formação. Não há garantias de que todos sejam capazes politicamente para exercer certos cargos ou posições.
De facto, temos que formar os indivíduos para a política. E desde cedo. E, indo contra à opinião de muitos críticos, comtinuo a achar que as "jotas" são a melhor escola para nos formarmos na política desde cedo. Cabe a nós fazer desta "escola" um lugar de formação de jovens para a política. Ao partido cabe incentivar e apoiar as iniciativas dos jovens para a política para que estes se sintam motivados.
Desculpem-me a franqueza, mas julgos que os "jotinhas" estão mais bem preparados para a política do que qualquer outro. Embora não inferiorizando a qualidade de outras pessoas que não tenham passado por uma juventude política. Assim como também conheço "jotinhas" desmotivados. Mas a passagem pela política desde cedo é crucial.
O Porto tem sido um exmplo vivo desta nova lei da paridade. Tive a oportunidade de ouvir, em Santo Tirso, Marco António Costa que na constituição da sua CP para a distrital já integrou mais mulheres. É importante começar já a cativar e formar mulheres para a política. Para não chegarmos a 2009 nas vésperas das eleições e ficar tudo mal feito!
Cumprimentos!
Concordo.
Deveriam preconizar a paridade a um nível mais estrutural.
Atacar os verdadeiros problemas que levam a fraca representatividade feminina nos órgãos políticos. Estes são as discrepâncias sociais, económicas e culturais entre géneros.
cara helena,
não sei se os jotinhas estão ou não melhor preparados..a verdade é que conhecemos melhor a realidade da vida política interna e estamos também mais informados. Aliás, foram em parte estes os motivos que me levaram à filiação partidária, até porque sou demasiado preguiçosa para procurar informação constantemente..eh eh eh. em relação à lei da paridade, é como dizes, já falamos disso anteriormente :)
marco,
concordo e entendo que não é apenas ao nível da baixa participação do género feminino que se deve intervir! que dizer do desinteresse da maioria dos jovens pela política?
dr. etc,
parece-lhe sério o suficiente para alegrar o seu dia? :)
O desinteresse da maioria dos jovens pela política prende-se, quase de um modo exclusivo, com descredibilização da política por parte dos que deveriam ser os maiores credibilizadores, os políticos.
Cara Joana,
Completamente de acordo.
Que sociedade é esta que precisa de uma LEI para que as mulheres sobrevivam?!
Quanto ao senhor (tenho vergonha de dizero nome) que argumenta: "...Começa a ser complicado arranjar mulheres politicamente válidas...", sem querer acabou por escancarar o cerne do problema.
O problema está em quem está nas copulas do poder (seja ele de que tipo for) que continua a discriminar:
- Se és homem, precisas do apoio certo (independentemente do que valhas);
- Se és mulher, tens que mostrar-te muito boa no que fazes ou ser "loira" e acenar a cabeça sempre na vertical.
E contra isto, minha cara.
Qual lei qual quê! Só serve para humilhar!
caro pedro costa,
tal como sempre defendi, sou contra a lei da paridade! ainda assim, reconheço que é uma forma eficaz de promover a participação de elementos do sexo feminino. se é a melhor forma ou a melhor participação, tenho sérias dúvidas...ainda assim, tenho plena confiança nos elementos do sexo feminino e nas suas capacidades, motivo pelo qual acho que a palavra humilhação é aqui utilizada com algum exagero...e espero mesmo estar certa! :)
a acompanhar com atenção...
Também espero que sim, Joana (que descriminação deixe de ser motivo de discussão).
Mas...
Ok... não estamos completamente de acordo (embora concordemos no essencial)... mas discordar de forma construtiva é tão saudável não é?
E nem sequer é o género/sexo que está em causa!
cumprimentos
pedro,
efectivamente é o género/sexo que está em causa e não o mérito pessoal, motivo pelo qual sou contra a lei..