Para quem sabe o que é abstenho-me de fazer comentários. Para quem não sabe, melhor, são uns sortudos. Talvez seja de algum felizardo que ganhou o euromilhões devem estar a pensar. Cá em Portugal a maioria parece pensar que só assim é que se lá chega (eu até tenho um conhecido que já ganhou o 1º prémio, a dividir por mais 3, e aquilo agora não falta lá nada). Mas eu acho que não. Eu acho que devíamos chorar menos e trabalhar mais. Cortar nos feriados, abolir as "pontes". Eu também as adoro, não vou andar a inventar. Apenas digo isto porque me revoltou um bocado a forma de pensar de algumas pessoas por causa destes dois feriados seguidos que passaram e acho que já era hora de mudar algumas coisas. Deveria ter tido aulas de PG na passada sexta e sábado. Por mim tudo bem, era um dia como os outros. Mas muitos, especialmente os funcionários públicos, fizeram uma revolução até que se adiassem essas aulas para outra altura qualquer. Não importava se nos sobrecarrregassem depois, o importante era aqueles dois dias serem adiados. Eu não percebi muito bem a guerra, mas cheirou-me a portuguesismo, até me explicarem. Por causa dos feriados, bastava meterem 2 dias de férias para terem, na prática, 9. Percebi... E depois aqui o "profissional liberal", na segunda faz 40 quilómetros para um julgamento que foi adiado nesse mesmo dia com base num fundamento que, se tivessem trabalhado, teria sido descoberto na segunda feira anterior... ou na terça... ou na sexta... E toca a fazer mais 40 de volta. Manhã perdida. E será outro português a pagar por isso? E outro a pagar pelo outro ter passado por isso? Será isto justo? Em compensação o Sr. Juiz (e o funcionário da Secretaria que ficou encarregue do "desculpe lá o incómodo Sr. Dr. ainda tentamos ligar para o escritório, a culpa foi sua que não atendeu, talvez porque já vinha a caminho de cá não é, eh eh eh?") estavam bem morenos. Que bom para eles assim 9 dias de férias sem contar...

E o que raio é o coração de deus ou corpo de deus que mereça um feriado? Eu honestamente não sei... Sei que abdicava de receber um sábado a dobrar para ter salário ao fim do mês... Sei que até o trabalhava de graça durante uns meses para ter salário ao fim do mês. Mas isso sou eu que sou um burro que trabalhou na sexta.

Acho que o país precisa de algumas mudanças na mentalidade. Mas nunca as conseguiremos alcançar. E eu não me importo. Gosto demasiado do meu País para sair daqui. Por isso, quando chegar a minha vez de receber reforma e não houver dinheiro para me pagar, aí iremos todos compensar com mais alguns anos de trabalho as pontes que fizemos ao longo da vida e os sábados que não quisemos trabalhar... Será mais que justo!! O País o merecerá...

E o País somos todos nós meus amigos...