Adivinha...


Qual é a coisa, qual é ela,
Que é cor-de-rosa, e não amarela,
Tudo o que é dito não interessa nada,
Pois não passa de uma palhaçada?

(E não é do Partido Socialista que estou a falar!)

A beleza é, sem dúvida, inspiradora, no entanto o grotesco e o medíocre também conseguem sê-lo. Daí esta minha charada pirosa, pateticamente rimada. E onde fui eu buscar tão deplorável inspiração? Ao locus horrendus da televisão portuguesa…

Há uns tempos, fiz um esforço tremendo, a rasar o hercúleo, para assistir àquela palhaçada degradante que passa na SIC, antes do Jornal da Tarde, denominada “Tertúlia Cor-de-Rosa”. E qual o motivo de tamanho esforço? Tentar compreender o que levará as pessoas a verem aquele ajuntamento de medíocres, que devem ter em casa tudo aquilo que precisam, menos espelhos… Sim, porque a forma indecorosa como comentam e sentenciam a vida alheia, com uma autoridade quase aristotélica, denuncia que nunca se olharam de cima a baixo!

Obviamente, esta minha dúvida existencial, ao invés de clarificar-se, agravou-se fatal e irreversivelmente, pois cheguei à conclusão que ver televendas acaba por ser bem mais construtivo.

Começo por dizer que o cúmulo da estreiteza mental é atingido por aquela criatura híbrida, que ninguém sabe ao certo se é um pseudo-homem ou um pseudo-gay, chamada Cláudio Ramos. Ouvi-lo guinchar e gesticular de perna alçada é, no mínimo, perturbador. Digamos que nem consegue pertencer àquela categoria de gajos que conseguem ser muito fixes, quando estão calados…

Uma outra figura disforicamente interessante é a curandeira visionária, aquela que diz ler nos astros a solução para problemas de saúde, dinheiro, amor e o raio que a parta de vez. Refiro-me, claro está, à abelha Maia, que tem o ferrão aos saltos e, para apaziguá-lo, alfineta na vida dos ditos famosos. De facto, não existe roupinha Cavalli que consiga disfarçar o estado andrajoso em que se encontra o intelecto desta senhora.

Grasna também entre eles uma ave de grande porte, supostamente canora, chamada Valentina Torres que, ao invés de estar alapada no sofá a ler revistas que fazem mirrar os neurónios, deveria era estar no ginásio, para ver se deixava de crescer tanto (para os lados).

Poderia ser dada continuidade à exposição desta galeria de mentes opacas, mas penso que é, de todo, dispensável…

Termino com um desabafo: custa-me saber, de antemão, que todas estas individualidades cerebralmente mutiladas vão para o céu quando morrerem! O Novo Testamento não deixa qualquer dúvida: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus”…

4 Response to "Adivinha..."

  1. Não podia estar mais de acordo! Excelente!

    Sandra, fantástico lol...

    Anónimo says:

    Acabo de me apaixonar

    Ainda bem que não estou sozinha com esta minha dúvida existencial! :)

    Dr., já reparei que está apaixonado... pela Sylvie...
    Pelo menos é cor-de-laranja! :)

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