A primeira bebida do dia deveria ser frize...


Ineficácia, parasitismo, incompetência, inércia… eis algumas palavras que, comummente, são associadas ao funcionalismo público. Pessoalmente, nunca concordei com as generalizações, pois considero que estas conduzem à arbitrariedade e à análise condicionada e pouco rigorosa.

Rotulagens à parte, a verdade é que, durante esta semana, tive necessidade de recorrer a algumas instituições/empresas públicas e devo dizer que, no que diz respeito ao atendimento, fiquei completamente assombrada com a postura de alguns funcionários, sobretudo numa certa empresa municipal… Chega a ser inquietante, e até surreal, a presunção e empáfia que alguns desses indivíduos manifestam durante o atendimento ao público.

Enquanto aguardava, ia observando tais comportamentos, que roçavam a aberração e revelavam uma evidente falta de profissionalismo. A primeira conclusão a que cheguei prendeu-se com uma detestável regra de proporcionalidade: quanto mais “humilde” parecesse o cliente, mais se agudizava a altivez de quem o atendia. De facto, digno de uma análise sociológica e, quiçá, psiquiátrica…

Por outro lado, também verifiquei que, para além da falta de requisitos mínimos de educação e civismo, alguns dos funcionários apresentavam graves problemas de comunicação, uma vez que respondiam com uma espécie de grunhidos rabugentos, enquanto com uma das mãos arrastavam o rato e, com outra, suportavam o queixo e tapavam metade da boca. Os olhos fixavam-se no ecrã do computador com indisfarçável enfado. Curiosamente, os problemas de comunicação desapareciam sempre que mantinham conversas paralelas, que nada tinham a ver com as suas funções...

Problemas de locomoção também pareciam afectar alguns dos funcionários… A forma como se levantavam pesadamente das cadeiras, sempre que precisavam de dirigir-se à fotocopiadora ou ao gabinete que se situava, longinquamente, na porta ao lado, denunciava que por ali pairava uma estranha lei da gravidade, que dificultava o seu despregar do confortável assento almofadado.

Conclui também que o trabalho de atendimento é severamente desgastante! Só assim se explica as pausas de largos segundos e os suspiros fatigados que antecediam o clicar para o anúncio do número da senha de atendimento seguinte.

Posto isto, e tendo em conta os olhares fastidiosos com que alguns dos funcionários contemplavam o aglomerado de gente que exibia senhas entre os dedos, posso afirmar que se a simpatia dos mesmos sofresse um processo de antropomorfização, certamente transformar-se-ia numa gaja tão magra, mas tão magra, que teria um pijama às riscas, com uma única risca!

Na verdade, é um espectáculo repugnante observar os achaques de arrogância e presunção destas figuras, que pensam estar a prestar um grande favor à comunidade, ao invés de interiorizarem que aquele é o seu emprego, o seu ganha-pão, e que o seu dever é, naturalmente, desempenhar com o máximo de profissionalismo as tarefas que lhes são delegadas. Dá vontade de gritar: Riam-se macambúzios, riam-se trombudos! Bebam frizes para ficarem mais felizes e, depois, metam a garrafa no c......aixote do lixo (de preferência no ecoponto)!

7 Response to "A primeira bebida do dia deveria ser frize..."

  1. Seja bem-vinda ao Fontes do Ídolo. Post muito bom. Promete...

    Obrigada! : )

    faço minhas as palavras do bruno..muito bom o post!! e, naturalmente, bem-vinda!! :)

    Parabéns! gostei, espero que continue com os posts de boa qualidade :)

    Mais uma que nos roubaram, este pessoal anda a recrutar muita gente.
    Sandra mais uma vez gostei muito do post mas, não te esqueças de nós...

    Obrigada a todos pela benevolência da crítica! :)

    Alex, claro que não me esqueço da nossa Geração! :)

    Alex podes estar descansado. O Fontes não faz concorrência ao vosso blogue. A Sandra já estava na nossa lista de contratações há muito tempo. Nos últimos dias chegamos a um entendimento.

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