O protótipo. Um inepto a quem foram dadas mil e uma benesses apenas porque o mesmo pertenceu às esferas de poder. Foi político, quero dizer. Um inepto a fazer figura de administrador sombra numa empresa cujo funcionamento desconhece. Nem poderia ser de outra forma. Um inepto que aceita ser nomeado como administrador de empresas sem que tenha o mínimo de ferramentas para conseguir cumprir as suas tarefas. Over and over again. Até acredito que ele, Dias Loureiro, não fizesse a mais pequena e leviana ideia do que ali se passava. Podia contudo dizer toda a verdade. Portugueses, aceitei este cargo para mamar 15.000 euros por mês sem ter que me chatear muito. Ou nada, mesmo. Não percebo um caralho da realidade para a qual fui convocado. Mas não podia ter recusado. Gosto de guita e de ter luxos, pá! O meu crime foi esse: ser um filho da puta dum chupista. E, agora, fodi-me porque o gajo que mandava naquela merda aproveitou-se de mim. Mas eu não nada fiz. Até porque nada sei fazer. Creio que não haveria português que não acreditasse nisto. Creio mesmo. De crer afincadamente. E isto sim seria uma justificação válida e a merecer entrevista. Creio eu. De crer, mesmo.