Sick Notícias
By Anónimo
on quinta-feira, 4 de outubro de 2007
12:17
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carros de assalto
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Jorge Coelho
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política a metro
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7 Comments
Ontem, mais do que laivos de Sic Comédia, a Sic Notícias foi um autêntico chinfrim de stand up comedy. Primeiro, Rui Santos explicava a derrota do benfas com pérolas da lógica a que nos vai habituando. Dizia o lambidinho que "o Benfica rematou 24 vezes, apesar de algumas dessas vezes a bola não ter chegado à baliza" e que agora "era preciso correr atrás do prejuízo". Depois, disse ainda mais 50 ou 60 barbaridades iguais àquela de o Veloso ser o jogador ideal para ocupar o "lugar de defesa esquerdo da selecção". Seguidamente, entra a quadratura do círculo, com o impagável Jorge Coelho. Já perto do final do programa, depois de meia-dúzia de grunhidos e provocações infantis, lança, em jeito de conversa de alguidar, um repto a Pacheco Pereira. Foi mais ou menos nestes termos, sendo que eu me dou ainda ao trabalho de corrigir as lacunas ortofónicas do carro de assalto do Eng. Sócrates: "Vá homem, isto não pode ser só palavreado, faça alguma coisa, mexa-se dentro do seu partido". Pronto, foi mais ou menos isto. Com paciência salomónica, JPP disse o que já toda a gente está farta de ouvir: não quer ser líder do PSD. Explicou, e bem, porquê. A conversa avançou para o populismo e para os discursos inflamados e demagógicos. Aqui, morri. Morri, mesmo. Coelho, do alto da sua verborreia camuflada de doutrina, disse que concordava que os discursos ocos, balofos e impostos pela força e pelos berros não colhiam junto do eleitorado. Para esse efeito, era preciso um candidato credível - à falta de melhor, Coelho repetiu credível e credibilidade talvez umas 10 vezes num espaço de 25 segundos. Juro-vos, não aguentei. O homem dos berros, o megafone partidário, o homem do "quem se mete com o PS, leva" a criticar os discursos populistas... De facto, nesta vida, o que interessa perceber é que os cadáveres intelectuais têm sempre muito futuro pela frente.
Quanto ao Rui Santos nada posso dizer, porque não vi, mas tendo em conta a pessoa acredito naquilo que diz.
O Jorge Coelho é o prototipo do político português: iletrado, inculto, deturpador, mentiroso, carreirista, padrinho e um grande cara de pau!
Ora vamos lá ver, o Coelhone não é tão limitado quanto possa parecer. Embora a sua esperteza tenha muito mais de saloia do que de cosmopolita, o certo é que o "chico-espertismo" faz escola e ele é um bom exemplo disso mesmo. Ontem, ao desafiar JPP, conseguiu algo de notável (denunciado exemplarmente, aliás, por Lobo Xavier). Evitou, no pouco tempo que restava, falar do inconveniente, o tema desemprego, deixando JPP desdobrar-se em justificações que, tinham tanto de devidas, como de tempestivas.
O pior mesmo (para mim, está claro) é que, se já não bastasse ouvi-lo bajular qualquer detrito que pulule nessa lixeira a c(é)u aberto que é este governo, para, logo a seguir, negar ser porta-voz do PS/governo, quando o tema lhe é desfavorável, temos ainda que "levar" com os sucessivos e "ad nauseam" repetidos: "digamos" (à boa maneira dos "na realidade" de Fernando Santos, ou da "tranquilidade" de Paulo Bento).
Ele promete e cumpre "quem se mete com o PS leva" e é pela medida grande.
Grave é, porém, a circunstância de Coelhone ter sido afiançado como putativo candidato à liderança do P.S. há não muito tempo. Isto prova que, ao contrário do que às vezes se sugere, o PS é tão permeável ao caciquismo como o PSD (veja-se o medo que os parlamentares P éSses têm de ter ideias, sejam elas quais forem, a título de exemplo). Um homem a quem nada mais se reconhece senão o prosaico "dominar a máquina", não me parece que cumpra os requisitos mínimos para ser líder de um dos principais partidos portugueses.
Mas isso sou só eu...
P.S.: Esqueci-me do Rui Santos, mas as suas crónicas estão para mim tal qual como as anedotas, esqueço-me de todas, sejam ou não de mijar a rir (como o são quase sempre).
Há munta fraca memória na política e nos políticos.
BMM, o seu comentário só me merece um comentário: LOOOOOOLLLL
Caro anónimo que me antecedeu, vou passar a explicar:
A expressão é do Jorge Coelho.
Quando anunciam o programa Quadratura do Círculo, na SIC Notícias, surge sempre o Coelhone, com a sua pronúncia característica, a proferir aquela expressão. Eu apenas a parafraseei!
sim, eu sei, caro BMM... por isso é que achei imensa piada!