Nasci em 1981. Niilismo. Solteiro, mas monogámico. Foda-se, serei arte contemporânea? O Pai Natal vive na Jamaica e não conhece o Jorge Coelho!
By Anónimo
on quinta-feira, 4 de outubro de 2007
17:11
, in
cenas
,
é só um desabafo
,
o etcétera não tem nada para fazer
,
7 Comments
O Bruno, que é quem manda nisto tudo, é um gajo interessado por política. Ele, no fundo, é o gestor de produto deste blogue. Uma altura, em Ofir, na casa da minha namorada, estávamos nós a meio de uma das 350 mil minis, quando ele se lembra de que devíamos fazer um blogue. Um blogue? Perguntei enquanto arrotava. Sim, um blogue! Um blogue sobre política, disse ele. Ri-me. Disse que sim. Fez-me lembrar aquele dia em fui abordado por uma indivídua que se ofereceu para me providenciar um felácio - termo académico para broche. Querem um exemplo? «Na poesia de Jorge de Sena o felácio representa a palavra sagrada na noite do mundo!» É por coisas como esta que vou estudar toda a minha vida! - e, mais uma vez, já não sei qual era a moral desta história. Mas era muito boa. Bom, o que eu queria mesmo dizer - e a história do felácio tinha qualquer coisa a ver com isto - é que percebo pouco de política e mesmo assim aceitei o convite. Ok, já me lembro, mas não vou contar!! Quer dizer, de política percebo o suficiente apenas para saber que não se vota no BE, nem no PCP e que os gajos do CDS são betos. Ora, eu não sou beto. Sou burguês! Há muita diferença. O beto diz share, quando, na verdade, share não é mais do que o caralho - sim, gosto de dizer CA-RA-LHO, sem aspas que eu nunca aspeei nenhum caralho, homem que é homem não aspeia caralho algum - das audiências, estão a ver? O burguês, por sua vez - adoro estas rimas -, fica sempre com a miúda mais gira, mas que gosta de ser respeitada e, por isso, está sempre a lavar os dentes - percebem? - não vá o respeito fugir pelo grelo deficitário abaixo.
Bom, hoje quero falar-vos daquilo a que resolvi chamar de: «a crença na mudança como tradição virada para o futuro que dá, hoje em dia, lugar a uma gradual valorização do circunstancial, do quotidiano e do sem sentido». O título é grande, mas é bom! Peço-vos seriedade na leitura.
Octavio Paz, para além de ser brasileiro, pensa bem. Aliás, pensa muito e bem. O que normalmente equivale a dizer que pensa muito bem! Repare-se nesta sua reflexão:
«Há uns anos as negações são repetições rituais: a rebeldia convertida em procedimento, a crítica em retórica, a transgressão em cerimónia. A negação deixou de ser criadora.»
Eu, que sou mau a pensar sozinho, mas bom a pensar sobre pensamentos dos outros, lembrei-me logo de escrever uma coisita cá no blogue a este propósito. Paz estava a referir-se à arte moderna e de como ela é o espelho da nossa mundividência. Tem necessariamente razão. A culpa é do filósofo que o pessoal do djambé tanto gosta de citar: Nietzsche. Bom, a fragmentação do sujeito e a sua despersonalização deram lugar a uma subjectividade enevoada sem confiança ontológica, a uma emotividade light. Por isso, hoje que vos escrevo, o empenho e a crença na mudança, como solução situada no futuro, foram substituídos pelo hedonismo do presente; proscreveu-se o investimento a médio e longo prazo no conhecimento, substituindo-o pela sua normalização, na cultura da standardização. A vivência do presente substitui o corpo do trabalho pelo corpo do desejo e do prazer, numa negação do tempo linear: os seus valores são os do presente. Escrevo e lembro-me dos Jorges Coelhos. Agora, sacraliza-se o tempo fundado no prazer presente - Jorge Coelho -, representação e sugestão de imagens numa sociedade baseada num consumo desenfreado. Não quero com isto negar que a libertação da progressão rectilínea da humanidade não seja positiva - o mito de eterno retorno, numa espécie de alteridade virada para nós próprios -, contudo creio que este círculo que estamos a desenhar - ou que desenham por nós - é apenas um lugar em que tudo é perdoado sem que nada nos seja restituído.
No fundo, quero dizer-vos que me parece que o tempo social, os acontecimentos que nos cercam, a sua informação total, fundem-se, enquanto espaço e tempo, e vivem-se em simultâneo, absorvendo toda a atenção desse eu distraído e não atraído, incapaz de descer para dentro de si o que vive em imagens exteriores. Vive-se a era do prazer (Baudrillard dixit), do corpo e da imagem, na era do vazio (Lipovetsky dixit) de si. Ao excesso exterior corresponde um vazio interior (Dr. Etcétera dixit)
Por fim, um bom feriado e um bom fim-de-semana. Vou passear os cavalos da carrinha da minha namorada - sim, porque ela tem uma carrinha que é um mimo, daquelas que dá para pôr a chiar e assim impressionar as brolhas de Matosinhos! Não que eu já o tenha feito, não é?! Que raio de pessoa é que sairia com os amigos na carrinha da namorada para andar a galar cabeleireiras e manicures nos sinistros bares de Leça e depois, ainda por cima, vinha contar a história para um blogue com 100 visitas diárias, sendo que uma delas é a própria namorada? Não faz sentido, obviamente! - lá para os lados de... Queriam saber, não era? Não digo, seus cuscos de meia-tigela*!
* - Confesso que hesitei em escrever tigela com "j"!
Bom, hoje quero falar-vos daquilo a que resolvi chamar de: «a crença na mudança como tradição virada para o futuro que dá, hoje em dia, lugar a uma gradual valorização do circunstancial, do quotidiano e do sem sentido». O título é grande, mas é bom! Peço-vos seriedade na leitura.
Octavio Paz, para além de ser brasileiro, pensa bem. Aliás, pensa muito e bem. O que normalmente equivale a dizer que pensa muito bem! Repare-se nesta sua reflexão:
«Há uns anos as negações são repetições rituais: a rebeldia convertida em procedimento, a crítica em retórica, a transgressão em cerimónia. A negação deixou de ser criadora.»
Eu, que sou mau a pensar sozinho, mas bom a pensar sobre pensamentos dos outros, lembrei-me logo de escrever uma coisita cá no blogue a este propósito. Paz estava a referir-se à arte moderna e de como ela é o espelho da nossa mundividência. Tem necessariamente razão. A culpa é do filósofo que o pessoal do djambé tanto gosta de citar: Nietzsche. Bom, a fragmentação do sujeito e a sua despersonalização deram lugar a uma subjectividade enevoada sem confiança ontológica, a uma emotividade light. Por isso, hoje que vos escrevo, o empenho e a crença na mudança, como solução situada no futuro, foram substituídos pelo hedonismo do presente; proscreveu-se o investimento a médio e longo prazo no conhecimento, substituindo-o pela sua normalização, na cultura da standardização. A vivência do presente substitui o corpo do trabalho pelo corpo do desejo e do prazer, numa negação do tempo linear: os seus valores são os do presente. Escrevo e lembro-me dos Jorges Coelhos. Agora, sacraliza-se o tempo fundado no prazer presente - Jorge Coelho -, representação e sugestão de imagens numa sociedade baseada num consumo desenfreado. Não quero com isto negar que a libertação da progressão rectilínea da humanidade não seja positiva - o mito de eterno retorno, numa espécie de alteridade virada para nós próprios -, contudo creio que este círculo que estamos a desenhar - ou que desenham por nós - é apenas um lugar em que tudo é perdoado sem que nada nos seja restituído.
No fundo, quero dizer-vos que me parece que o tempo social, os acontecimentos que nos cercam, a sua informação total, fundem-se, enquanto espaço e tempo, e vivem-se em simultâneo, absorvendo toda a atenção desse eu distraído e não atraído, incapaz de descer para dentro de si o que vive em imagens exteriores. Vive-se a era do prazer (Baudrillard dixit), do corpo e da imagem, na era do vazio (Lipovetsky dixit) de si. Ao excesso exterior corresponde um vazio interior (Dr. Etcétera dixit)
Por fim, um bom feriado e um bom fim-de-semana. Vou passear os cavalos da carrinha da minha namorada - sim, porque ela tem uma carrinha que é um mimo, daquelas que dá para pôr a chiar e assim impressionar as brolhas de Matosinhos! Não que eu já o tenha feito, não é?! Que raio de pessoa é que sairia com os amigos na carrinha da namorada para andar a galar cabeleireiras e manicures nos sinistros bares de Leça e depois, ainda por cima, vinha contar a história para um blogue com 100 visitas diárias, sendo que uma delas é a própria namorada? Não faz sentido, obviamente! - lá para os lados de... Queriam saber, não era? Não digo, seus cuscos de meia-tigela*!
* - Confesso que hesitei em escrever tigela com "j"!
5 palavras para ti:
d-o-e-n-t-e
afinal são 6!
não se percebe nada no comentário de cima por isos repito-o
"5 palavras para ti:
d-o-e-n-t-e
afinal são 6"
fui eu que escrevi o de cima e este tb!
Não fosse o título e não tinha lido nem uma linha! Mas, palavrões e palermices à parte, concordo com a tua opinião. realmente, estamos numa época em que os valores que saem à rua estão adulterados!
olhe vou fazer uma singela sugestão:
coloque a letra pequenina tudo o que forem desvarios (ou palermices como disseram) e palavrões, e a negrito tudo aquilo que realmente interessa, ou seja o resto que sabiamente escreve.
é que assim poupa-me trabalho e não me dá esta cancerígena vontade de vomitar...
Mania de dizer o que devo ou não escrever... Dasse!!!
Ó Dr. uma palavra é composta por letras?
Ou será que uma letra é composta por palavras???
Hum!? quem me explica?
Bem, nos dias que correm eu cá já não sei nada!!!
Cá para mim, que não percebo nada dessas coisas da caligrafia e me remeto aos copos e batatas fritas, as novas convenções do português que por aí anda a ser escrito afirmam que é assim mesmo que se faz...
Palavras por letras...letras por palavras...
E pensar um bocadito antes de falar, não?
Abraços e beijinhos para todos (e todas)...