reprodução social ou mérito pessoal?

A propósito disto...

Sou, por princípio, contra todo e qualquer mecanismo que "obrigue" à reprodução social. Entendo que cada pessoa deve ser livre de escolher o seu caminho, independentemente da sua origem social! Facilmente se compreende que a própria origem social já condiciona o suficiente as nossas escolhas, pelo que serem os outros também a fazê-lo o torna ainda mais grave.
Mas existe aqui pelo meio, pelo menos eu acho, uma questão interessante! Não concordo, como já afirmei, que as escolas seleccionem os seus alunos, tendo como critério a sua origem social! Não concordo igualmente que aos "melhores" professores sejam atribuídos os "melhores" alunos!
Mas o que devem fazer as escolas quando são obrigadas a seleccionar os seus alunos? Exemplo: questões logísticas obrigam as escolas a ter apenas 2 turmas de informática e o número de alunos interessados é superior à capacidade de oferta da escola. Quais são os critérios de selecção "aceitáveis"?
Algumas escolas são acusadas de dar as melhores condições aos melhores alunos. Devo dizer que concordo! Neste caso não está em causa, pelo menos não implicitamente, a origem social do aluno mas o seu mérito escolar. Se a escola dispõe de poucos recursos não será justo (isto tá mesmo a correr mal) atribuí-lo àqueles que mais se esforçam?




Nota 1: este post estaria muito melhor estruturado e correctamente desenvolvido se eu tivesse assistido às aulas de sociologia! Peço desde já desculpa pela não correcta utilização dos conceitos a todos os agentes da área social, em particular à Prof. FA (espero que não tenha hábito de ler blogs. em todo o caso, aqui fica o pedido de desculpas) que bem tentou :)

3 Response to "reprodução social ou mérito pessoal?"

  1. O texto está bom e os termos sociológicos estão empregues correcta e explicitamente!

    Palavra de socióloga :)

    Basta olhar para a Carlos Amarante e outras que tais e ver as turmas A e B.

    Este tipo de práticas baseia-se num pressuposto que, certo ou errado, é completamente contrário à ideia de escola pública e como tal deve ser violentamente combatido. É que o resultado invariável das mesmas é a desigualdade de oportunidades.

    Obrigada Helena! O que queria dizer é que poderíamos abordar aqui outras questões, tais como insucesso escolar, reprodução cultural, entre outras.

    João,
    no caso das turmas A e B da ESCA tem forçosamente de existir um processo de selecção! Estas turmas têm as opções de TLB e TLQ. Atendendo a que: a escola só dispõe de um laboratório de Química e um de Biologia; que existem 6 turmas com as 2 opções mais 6 com uma dessas opções (trumas C e D) e o número de interessados é bastante superior, como achas que deve proceder a escola?

    Não concordo com a discriminação social nas escolas! Perante a necessidade de implementação de um processo de selacção, considero o mérito escolar um bom critério, com tudo o que isso possa implicar! Considero também que possam existir outros critérios. O que pergunto é: quais?

    Ainda no caso particular da ESCA, a qual eu frequentei...pertenço à classe media pelo que esse não foi factor de favorecimento; os meus pais não são advogados, médicos..., pelo que este também não o foi. Antes de ir para a ESCA, andava numa escola que cada vez mais, é conhecida pela negativa, e esse também não foi factor de exclusão! O que esteve na base da minha admissão numa dessas turmas foram as minhas notas.

    PS: já deixei o secundário há uns anitos...esta foi a realidade que conheci, é com base nessa que defendo esta posição. Admito, contudo, que possa já não ser assim.

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