as coisas sucedem-se numa cascata de incidências. portanto as coisas são naturalmente fruto de coisas que as precedem. essas mesmas coisas explicam-se com outras palavras mais exactas. sim, eu sei. a verdade é que não sou contador de histórias. esses é que devem explicações aos leitores. eu aqui interesso-me por contar histórias que não dizem respeito a ninguém. ou pelos menos que não interessam a ninguém. e eu pergunto se é interessante contar histórias que não interessam a ninguém? sendo que não sei contar histórias. perco-me nas merdas. nos chamados detalhes. e disperso-me. e disperso-vos. mas acaba por ser o mais interessante. que se fodam as histórias. os detalhes contam. as pequenas coisas que ganham dimensão. as histórias limito-me a contá-las. sem saber bem porquê. sinceramente. conto-as para nada. mesmo. e voltem comigo aos detalhes. mas só se concordarem em deixar as histórias de parte. caso contrário, é favor parar de ler. não vale a pena procurarem dados e factos contáveis. para isso é só bater umas portas ao lado. eles estão lá todos. bom, é um pouco como aquela máxima de que não devemos acreditar nas mulheres. acredita-se porque sabemos que os homens sempre gostaram de sofrer. e de cada vez que vem uma ventania gostamos de ficar a pensar na nossa própria desgraça. é o chamado vetusto estrondo das memórias mais fundas. e partidos por dentro aguçamos na pele o gelado calor de todos as correrias. como se o frio regenerasse, de algum modo, o coração. dir-me-ão as leitoras que isto se passa com as mulheres. também. é capaz. não sei. nunca vos percebi. e tenho tentado muito. e nunca há falta de tempo para isso. apenas algum esquecimento. como quando se continua a apostar. sem nunca se ter ganho. dá-nos aquela coisa da angústia da derrota adivinhada. que não chega a ser um incómodo intolerável. daí que se volte constantemente à carga.

e a história está cada toda. os detalhes também. os fieis leitores do blogue que me desculpem (eu que sou o 2º ou 3º mais fiel, desculpo), mas estou certo que em breve a coisa endireita. por coisa, entenda-se o blogue. claro.