só para avisar

Um dos meus maiores talentos é ser chato. Que dói. Tenho a certeza que há muita gente com outros e melhores (ou maiores, se por talento quiserem perceber exactamente aquilo que não irei referir) talentos. Do género vê-se-lhes ali um grande talento para inúmeras coisas para além dos laços familiares. Mas eu sou só chato. Ninguém me fará um busto quando morrer. Com sorte aviam-me uns broches nas minhas desgostosas partes pudendas. Enquanto ela, a pila, viver. E, vá lá, vá lá! Naturalmente, sendo chato, rebolo de gozo (não no brasilês) sempre que vejo louvar a banalidade. E sou chato comigo próprio. Em dilema. Entre a espessura agreste da mágoa e a alarve avidez da vontade. E, como qualquer puta, limito-me a fazer o costume. Nem sempre resulta. Óbvio. Limito-me a fazer o que sei e o que posso. Por mim e por alguns dos outros (vós, meus caralhetes). As coisas, portanto, são assim. Tal e qual as contei. Depois, dou por mim, a pensar em palavras antigas, daquelas quase em desuso, mas que ainda existem. Hoje, penso em miasma. A palavra é tão antiga que o corrector não a conhece. O asno! E penso em miasma e na essência sedimentar da vida. Umas coisas por cima das outras. Caca e higiene. Como velhos enfermos ao molho nos imaculados corredores da urgência. Eu podia falar aqui, agora, no preciso momento em que carrego na tecla de cada letra, assim, de doido, na Correntes d'Escrita 2009. Mas aí estaria de certeza a falar a sério. Dizem vocês.

Pode não parecer, mas antes também.

1 Response to "só para avisar"

  1. Um post às duas da manhã? Vai mas é trabalhar, fazer algo de útil para a sociedade, queres é aparecer...
    De resto, acho que és um indivíduo im-pa-cá-bel, mesmo ao nível de uma escrita.

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