com sua licença, que hoje é noite de vendeval (vi eu num dos canais internacionais, aos quais consigo aceder sem sair de casa)
Com a minha idade, sendo, portanto, um gajo novo para morrer - embora velho para médio de ataque (ou mesmo defesa-central) duma equipa equipa de juniores ou para primeiro base dos Celtics - já me habituei que haja quem goste de se pavonear em rondas de espelhos. Reparem, julgo já o ter dito antes, em tempos idos, que esta merda vai fazer dois anos e eu quase que aposto um pacote de batatas fritas do Macdonald's (daqueles de 1 euro) em como já escrevi por cá algo semelhante, este blogue é para ser lido em curiosidade póstuma. Por exemplo, pelos meus netos. Que aos filhos conto eu dizer-lhes. Mas pelos meus netos, que conto também morrer cedo. Quando, um dia, precisarem de indagar "onde caralho é que o nosso avô perdeu o norte?", este é um dos lugares que virão ler. Perceberão muito, espero eu. Que conto ter netos espertos. Daqueles que sabem que ser jogador da bola não é vida e que os escuteiros fazem mal à mioleira. Perceberão que as histórias são as minhas memórias. Aquilo que eu já disse. E que elas duram o que eu já disse que duravam. Eles perceberão isso. As coisas. Ao mesmo tempo que não se deixarão, espero eu, coisificar. Isso, sim, uma vitória. E as histórias têm, invariavelmente, a duração de vida do seu protagonista. O resto, amigos, é grosso ranço narrativo. E o narrador conta apenas outro tempo. Pronto, agora andor, destroçar, ide fazer o que tem de ser feito. Fazei-o bem, serena e eficazmente. Não tenciono falar mais disto. Não me levem a mal, que eu gosto que vocês passem por cá. E atenção que não é para vos catar, como piolhos num cão. Ou num cigano. Eu até ando muito quieto no meu canto. Não ando? Não tenho opinado sobre as vaginas de outrem (pelo amor da santa, outrem não leva acento), pois não? Reparem que se fosse há que tempos atrás, teria já aqui a explicar a quem quisesse saber que o European Football Pool, essa instituição de cariz social marcadante de esquerda, mais o seu Secretário Geral, são apenas e só vendedores de lotarias. Mas já nem isso me dá pica. Fiquem lá com a placona comemorativa. Eu também tenho uma atribuída pelo grupo de amigos "Os Satélites-79", aquando da vitória num torneio de futsal. E também gosto de olhar para ela. Já gostei mais, confesso. E encolho os ombros. E prefiro pensar que a gaja que entrava na Anatomia de Grey, e que agora tem uma série só com ela, me faz lembrar vagamente a Elsa Raposo. E fico cândido. Ao ponto de compreender, e aceitar, na minha generosa benevolência, que não há outra razão para se ser burro que não seja a burrice propriamente dita. No fundo, ainda me apetece gritar que caralho de esterqueira formatadora de paspalhos me vinha agora pelo monitor adentro. Mas acabou-se! Cada vez gosto mais da minha rotina. Levanto-me quando acordo (sim, podia muito bem ficar a roçar o lombo nos lençóis só naquela de não querer enfrentar o dia), tomo banho, lavo-me com razoável afinco por debaixo, corto as unhas uma vez por semana (um dia, tiro uma foto), corto o cabelo duas vezes por mês, lavo os dentes três vezes ao dia (quando calha, porque na verdade só consigo lavar duas, mas fica mal dizer isso, por isso lavo três) e faço coisas de outras naturezas que não convém especificar. Não que tenha vergonha, mas depois vocês vêm para cá perguntar-me como se fazem essas coisas espectaculares e eu, na minha avassaladora humildade, teria que vos responder: ide masé foder-vos que não tenho paciência para vos aturar, ó macacos!
ah ah ah :)
estou apreensivo, onde anda aquela voz longínqua, do teu ego ou mais recôndito espaço do cérebro ? :)
confesso que me pareceu lê-la por aqui e não a referiste, suponho que estás a ficar curado...
abraço
Qual lavar os dentes qual que!Bom e saber que te lavas " com razoável afinco por debaixo".
bjo