10 dias depois. soube dez dias depois. foi preciso sair de casa no meu robe, de pantufas e cachimbo aceso para ir buscar o JL à caixa de correio. filhos da puta. os bons morrem sempre antes do tempo. e como nestas coisas há sempre volta a dar ao essencial, tenho algo a dizer. não fosse o senhor do E.T., amigo maior de um outro senhor, cujas façanhas inspiram macacos saltitões e trespassam milionários desocupados para a cientologia, e não conheceria, muito provavelmente, ballard. reitero muitas vezes que me incomoda a mediocridade. mas a verdade é que não vivo efectivamente sem ela. e quero que aquilo que eu digo se foda. interessar, interessa-me morrer e partilhar o além com mortas tesudas. tê-las ali e tal que aquilo do além é coisa de ser eterna e a eternidade pode, como se imagina, ficar chata. dormente. e nada com duas ou três mulas (de cada vez, naturalmente, que um gajo morto é só espírito e coisas etéreas e tal e não há a xixa a prender os movimentos a carregar excessivamente os pulmões de cansaço) para actividades mundanas ligadas à mui nobre arte da foda. note-se que friso muito bem o que faz de mim um indivíduo básico, primário e claramente leviano. de resto, tudo normal. o moutinho continua a jogar a 10, o sereno quer ser aumentado, o veloso refere-se a si próprio na 3ª pessoa e os gajos do atendimento ao cliente estão cada vez mais palermas. ah, por último, comi recentemente um gelado.