Ontem foram tornados públicos alguns documentos da era Bush referentes ao uso de certas técnicas de interrogatório.

Assim, técnicas como a simulação de afogamento, a privação do sono, murros e chapadas era tudo tolerado. O argumento para a admissão do seu uso e consequente razão do não violação das regras internacionais anti-tortura era de que estas técnicas não tinham a intenção de causar "dor severa".

Diz um dos memorandos enviado para um conselheiro-geral da CIA: ""To violate the statute, an individual must have the specific intent to inflict severe pain or suffering,". e mais: "Because specific intent is an element of the offense, the absence of specific intent negates the charge of torture."

Bem, então está tudo bem. Bastava que um guarda-prisional desse uma cacetada num preso mas antes o avisasse expressamente que não tinha qualquer intenção de lhe causar sofrimento e já estava dentro da legalidade. Extraordinário!!!

Outras técnicas autorizadas eram deixar os interrogados nús ou a usar fraldas (!!!), murros no estômago, atirar com jactos de água, colocá-los durante horas em posições desconfortáveis. A um detido puseram-no num espaço onde não se podia mexer e, durante duas horas, em vários dias, colocavam-no na companhia de um insecto que infligisse picadas (!!!) porque o detido tinha medo de insectos (!!!). Mas como o avisavam disso já não havia problema.

Deve ser aquela coisa que se ouve às vezes por aí de os fins justificarem os meios...