fontes de inspiração

poesia - um canto do fontanário
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VI
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memória de aroma
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ontem como hoje é evidente
que me esqueço das palavras certas,
as que te diria sério ou a rir
e as que te dirá o tempo com mais certeza.
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ontem como hoje iludo o tempo tenaz
o que me agarra com cordas quando não estás
nem me solta tão pouco quando me assombra
a ideia da tua ausência.
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ontem como hoje é evidente
que me enternece a memória do aroma
da tempestade revoltada que se esmorece
na tua pele e no teu sorriso-núvem.
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ontem como hoje engano o espaço intermédio
o dia lenga-lenga (esqueço-me) e a noite,
sou destro no passo apressado para a sombra
e encosto-me na imagem de um espelho da rua.
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ontem como hoje é evidente
que a paixão se tornou um corte que teima
em cicatrizar atolado de medo-fantasma,
ou numa toalha que se entende na mesa vazia.
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ontem como hoje atalho por entre ruelas
(nunca a correr porque me atrapalha a calçada)
a procurar uma morada de silêncio
onde as palvras susurradas serão silvos certeiros.
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ontem como hoje é evidente
que não sei tirar da poesia o brilho
nem pintar a minha fraqueza, tu.
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releia ( I - II - III - IV - V - VI)

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