a propósito do mundial 2018 (ou 2022) ou a armando-varização de portugal
By Anónimo
on terça-feira, 20 de janeiro de 2009
13:48
, in
agora vou trabalhar pk há quem de facto o faça
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11 Comments
Dificilmente haverá alguém que goste de futebol e ao mesmo tempo aprecie Gilberto Madaíl. Não me refiro à forma da coisa, mas antes à substância, obviamente. Ou muito me engano, ou esse senhor conseguiu a notável proeza de granjear total indiferença junto de todos os adeptos, independentemente da sua filiação. Muito se deve, creio eu, ao facto de ele tudo ter feito para se manter no cargo de presidente da federação depois do descalabro que foi a presença da selecção nacional no mundial 2002. Nada a que já não estejamos habituados. Aliás, por cá, o normal nestas circunstâncias é até a promoção a um cargo ainda mais relevante. Veja-se como um antigo ministro, que foi na devida altura incapaz de zelar pela integridade de uma mísera ponte, é hoje presidente da maior empresa de construção nacional. Virtuosos os caminhos dos espertos... Madaíl, ex-deputado PSD, tal como Hermínio Loureiro, representa muito daquilo que contamina desde as entranhas o nosso desenvolvimento. Falo do caciquismo, do branqueamento, da desresponsabilização, da inépcia, do encobrimento, dos favorecimentos, dos planos de carreira... E simboliza o que de pior há desde sempre por cá: o mundo encantado dos senhores de fato e gravata. Num país que deambula entre a fome e os milhões do Sr. Galp, é cada vez mais intrincado saber como nos devemos posicionar. Honestamente. Ainda assim, acredito piamente que num país onde o "dinheiro é felicidade", onde "quem casa quer casa" e onde o prestígio é um broche na lapela do fato Gucci se torna absolutamente indispensável não ceder aos tiques de quem usa (e abusa) do fardamento nobre da pobreza. De espírito, certamente! E é muito por isso somos atrasadinhos. Residentes honoris causa da "cauda da europa". E não me venham com merdas pós-modernas de liberalizações e máquinas capazes de nos levarem aos confins do universo. Falo do mais íntimo, depurado e sincero humanismo. Esse, sim, é o verdadeiro caminho para o desenvolvimento. E o que tem Madaíl a ver com isso, o pobre coitado!? Bom, Madaíl, julgando que andamos cá todos como ele, à espera da mama, das heranças e dos amigos de ocasião, prepara-se para montar uma extraordinária campanha a seu próprio favor. Como não poderia deixar de ser, claro! Ao assumir-se esta candidatura, e sabendo de antemão que as probabilidades de a mesma ser bem sucedida são altíssimas, Madaíl coloca-se novamente no local exacto para que de um certo modo, e ao bom estilo sul-americano, consiga alapar perenemente o seu cuzinho neste mui nobre (e mui bem remunerado) cargo. Até lá, à data da cerimónia da oficialização da atribuição do mundial, será a festa do costume: Ritz e Plazas, putas, menus degustação no restaurantes estrelas michellen, putas, charutos, putas e oferendas aos nuestros hermanos. Nada de novo! E, claro, conseguido o mundial, os tugas saem à rua, batem a mão no peito, ululam a canção decrépita, botam a lágrima no canto do olho e gritam a todo o mundo: Portugal, Portugal, Portugal, Portugal!!! Enquanto isso, os doutores sombra, os manipuladores das marionetas, cumprimentam-se com palmadas nas costas, e aos seus próprios nomes brindam com os €800 da Cristal. Mas claro, isso não importa. A festa já está no adro. E portugal, portugal, portugal, portugal, volta a estar no mapa. E lá aparecem na televisão os suspeitos do costume, com os discursos do costume sobre a importância destes eventos para a confiança e brio dos tugas, e a importância de firmar a marca portugal no exterior, e a importância de dinamizar a economia interna através do turismo. E com isso, claro, voltam a mamar os senhores que constroem os hóteis, as estradas, os acessos, as infraestruturas de apoio... Tudo, obviamente, tendo como objectivo primeiro impulsionar portugal, portugal, portugal, portugal, para o topo do mundo; tudo, obviamente, com a intenção de melhorar "a qualidade de vida das populações".
Mas isto sou eu. Se calhar, daqui a uns anos, quando já for velhinho, e se entretanto não levar a cabo uma ideia que cada vez mais me ocupa os sonhos, ainda me vão dizer: "vês, etc., afinal eras um rebelde sem causa, e não tinhas razão alguma!". Se calhar, pode ser que sim. Mas uma pessoa pode fazer apenas aquilo que sabe fazer, certo? pode até aprender novos ofícios. Novas maneiras. Mas será sempre aquilo que foi. Ainda ontem me diziam com um singelo ar de enternecimento "tu não és normal". E talvez não seja, mesmo. Mas sabem o que vos digo: AINDA BEM, foda-se! O meu problema, começo a perceber, é que acredito na necessidade de um estado protector dos desfavorecidos e suficientemente intervencionista para redistribuir a riqueza de forma a assegurar o nível mínimo de bem-estar a todos, sem cuidar de saber, nesse nível mínimo, da contribuição de cada um para o bem comum. Honestamente! Dizem-me que isto é socialismo. Eu encolho os ombros, e digo apenas que não me parece justo que não se cumpra, ainda para mais em democracia, a dignificação da cidadania. E, a meu ver, é indigno, para um país, que se assista passivamente à acumulação desenfreada de riqueza sabendo-se que há quem passe fome todos os dias. Fome de tudo. Isto para falar, apenas, em exemplos extremos de indignidades reais. Enquanto isso, os senhores de fato e gravata divorciam-se em cima do joelho, com o beneplácito das autoridades, de modo a que a fortuna construída nas maiores das trafulhices possa estar a salvo de qualquer justiça!!! Haja o mínimo de decoro!!! O mínimo, CARALHO!!!! Amigos de direita dizem-me que sou de esquerda, amigos de esquerda dizem-me que tenho indefinição partidária. Sou no fundo um falsário. Cuja única e exclusiva aversão é o poder. Conquistar o poder é um iter (latimzinho, sandra, latimzinho!!) com tendência irresistível para o apodrecimento decadente. Nunca me filiei em partido algum, acho que nunca me filiarei. Mantenho, e quero manter, a distância suficiente para, em cada momento, escolher o que melhor me parecer (ou não escolher, se for o caso) sem que me seja apontada incoerência ou até, para os mais fundamentalistas, actos de traição à causa. E ser-se livre passa também muito por aí. Por não consumir a energia dos outros que também vivem.
A minha mágoa, pese embora a minha mãe insista que sou demasiadamente novo (e bonito, enfim... mãe é mãe!) para ter feridas tão fundas, que desde cedo entendi que só vencerão os senhores dos aparelhos. Esses e os farsolas que gostam de vomitar frases como cumprimento dos deveres enquanto bombardeiam as caixas de emails com mensagens às 6.30 da manhã. Não os homens de, diria, ideais. Talvez por isso tenhamos chegado até aqui. Onde? A um momento em que a ganância nos levou à ruína. E qual é a solução apresentada? Voltar a encher os bolsos dos do costume de dinheiro e esperar que desta vez eles tenham mais cuidado. O que no final de contas me parece um pouco malicioso. Digo eu, que sou meio lélé da cuca, claro!
Mas isto sou eu. Se calhar, daqui a uns anos, quando já for velhinho, e se entretanto não levar a cabo uma ideia que cada vez mais me ocupa os sonhos, ainda me vão dizer: "vês, etc., afinal eras um rebelde sem causa, e não tinhas razão alguma!". Se calhar, pode ser que sim. Mas uma pessoa pode fazer apenas aquilo que sabe fazer, certo? pode até aprender novos ofícios. Novas maneiras. Mas será sempre aquilo que foi. Ainda ontem me diziam com um singelo ar de enternecimento "tu não és normal". E talvez não seja, mesmo. Mas sabem o que vos digo: AINDA BEM, foda-se! O meu problema, começo a perceber, é que acredito na necessidade de um estado protector dos desfavorecidos e suficientemente intervencionista para redistribuir a riqueza de forma a assegurar o nível mínimo de bem-estar a todos, sem cuidar de saber, nesse nível mínimo, da contribuição de cada um para o bem comum. Honestamente! Dizem-me que isto é socialismo. Eu encolho os ombros, e digo apenas que não me parece justo que não se cumpra, ainda para mais em democracia, a dignificação da cidadania. E, a meu ver, é indigno, para um país, que se assista passivamente à acumulação desenfreada de riqueza sabendo-se que há quem passe fome todos os dias. Fome de tudo. Isto para falar, apenas, em exemplos extremos de indignidades reais. Enquanto isso, os senhores de fato e gravata divorciam-se em cima do joelho, com o beneplácito das autoridades, de modo a que a fortuna construída nas maiores das trafulhices possa estar a salvo de qualquer justiça!!! Haja o mínimo de decoro!!! O mínimo, CARALHO!!!! Amigos de direita dizem-me que sou de esquerda, amigos de esquerda dizem-me que tenho indefinição partidária. Sou no fundo um falsário. Cuja única e exclusiva aversão é o poder. Conquistar o poder é um iter (latimzinho, sandra, latimzinho!!) com tendência irresistível para o apodrecimento decadente. Nunca me filiei em partido algum, acho que nunca me filiarei. Mantenho, e quero manter, a distância suficiente para, em cada momento, escolher o que melhor me parecer (ou não escolher, se for o caso) sem que me seja apontada incoerência ou até, para os mais fundamentalistas, actos de traição à causa. E ser-se livre passa também muito por aí. Por não consumir a energia dos outros que também vivem.
A minha mágoa, pese embora a minha mãe insista que sou demasiadamente novo (e bonito, enfim... mãe é mãe!) para ter feridas tão fundas, que desde cedo entendi que só vencerão os senhores dos aparelhos. Esses e os farsolas que gostam de vomitar frases como cumprimento dos deveres enquanto bombardeiam as caixas de emails com mensagens às 6.30 da manhã. Não os homens de, diria, ideais. Talvez por isso tenhamos chegado até aqui. Onde? A um momento em que a ganância nos levou à ruína. E qual é a solução apresentada? Voltar a encher os bolsos dos do costume de dinheiro e esperar que desta vez eles tenham mais cuidado. O que no final de contas me parece um pouco malicioso. Digo eu, que sou meio lélé da cuca, claro!
1- Não es normal. Talvez seja por isso que tens tantas pessoas que te admiram profundamente.
2- Talvez fosse altura de fazeres alguma coisa. Tu e outros como tu. Pessoas inteligentes, sensíveis e desprendidas.
3- O Madaíl é um mal menor.
4- "se entretanto não levar a cabo uma ideia que cada vez mais me ocupa os sonhos" Que ideia é esta?
5- És obviamente um gajo de esquerda.
6- A tua mãe precisa de ir a umas consultas do teu irmão. És feio que dói!
7- "Portugal, Portugal, Portugal, Portugal!!!"
Bem etc, primeiro, a constatação de que tua evolução semântico-gramático-intelectual é um exemplo. A minha vénia.
Depois, compreendo o que dizes e partilho, acredito que não estás a fazer a apologia da sociedade sem classes. Ricos terá de haver sempre. Mas ricos no sentido de pessoas com capital que buscam aumentá-lo através do investimento e re - investimento, normal gerador de emprego e aglutinador de tão brutais assimetrias sociais.
Infelizmente, apoderou-se de muita boa gente a ideia de que só o lambe-botismo e o carreirismo levam ao "status riqueza". Pior, essa ideia tornou-se verdade incontestável passoscoelhamente falando...
Portugal portugal, de que é que estás à espera...???
Nem mais caro Etc.
Apoio incondicionalmente e até partilho o teu estado de espírito, seja lá o que esta treta seja.
p.s.: até a palavra de verificação é sugestiva: "Singers"
Etc a Preeesidente da Junta!
foda-se
comunista
pelo fim,
não
ok
não
marco, calculei que sim
nuno, "evolução semântico-gramático-intelectual" what a fuck?
anónimo que parece conhecer-me,
1- são todos piores do que eu.
2- não
3- talvez
4- morrer cedo
5- talvez
6- já foi e não resulta. sou sim senhor/a
7- só no futebol
foda se! finalmente alguma coisinha de jeito...ta engraçadito o texto. ate levavas link mas n dá trabalho e o meu blog n é assim tao frequentado qt isso. isso o quê? oh voz vinda do meu interior como a do etc, cala te.
verificação: madailcurrrupto
e não é que eu tb gostei deste post?? normalmente não leio os teus, são mto compridos...lol
não concordando com tudo, concordo em absoluto com a inércia que parece atingir de forma crónica a sociedade civil (com excepção de alguns sectores nos últimos tempos, se bem que isto era matéria para outro post).
ainda assim, não podes tomar a parte pelo todo..mtos acusam em 1º lugar os políticos ms a verdade é que ficar de fora a apontar o dedo não resolve mesmo nada.
assim, temos de participar, seja num ou em outro partido, seja em fóruns, seja em blogs!!! daí ter gostado do post :)
se o Francisco Louçã ou até o Carvalhas apanha este post é vé-lo usado num comício qualquer... sem direito a direitos de autor que entre camaradas funciona assim
Gostei mais uma vez do post mas partilho na totalidade com o comentario da Joana. Na minha modesta opinião se está tudo assim tão mau vamos tentar mudar esta merda e fazermo-nos á vida. Não é sentadinho com o cagueiro no sofá a comer hambúrguer e a escrever umas merdas que vamos mudar muita coisa,ajuda mas é preciso mais...