ATENÇÃO: vou citar, num estilo elogioso, o avenida central... não, preocupados amigos e solicitas amigas, não estou doente
By Anónimo
on sexta-feira, 24 de outubro de 2008
11:07
, in
pronto vou de fds e o fernando pessoa que se ocupe do sábado
,
8 Comments
A este propósito.
Eu que sou indivíduo de massas (carbonara à cabeça, não é massas de mamar, pá! é massas de gente acumulada à bruta como pontos da fnac, elevadores de shopping em véspera da celebração do nascimento do baby jesus... aaaaahhhhh, ok, ok, ok, não tinha percelambido, pá!) sucumbo às manadas. Na praxe foi mais ou menos isso. Toda gente ia, os meus amigos iam, a gaja que me queria comer ia, eu também fui. Que isto de ter gajas atrás de nós (de mim, vá...) não é todos os dias! Fui (fomos, que aquilo eram autênticas orgias) praxados valentemente e, como não podia deixar de ser, mediocremente. A imaginação nas praxes é monumental! Se aquilo fosse um quadro, assemelhar-se-ia a um gatafunho daqueles que se vendem nas exposições da APPCDM. Um gajo vai, bate palmas e compra que se fode. Talvez por isso (talvez, talvez, talvez, mas tenho quase a puta da certezinha absoluta) eu não tenha praxado. É que, digamos, há coisas mais úteis. Digo eu, claro. Que sou indivíduo caseiro e de gostos estranhos. Não que andar com 40 ou 50 caloiros de gatas atrás nós pela cidade não seja práctica de singular proeminência, passatempo, aliás, que deveria ser considerado pelas autoridades competentes uma actividade remunerada. "Ora bem, o senhor o que deseja? Venho cá abrir a minha actividade laboral. Muito bem, muito bem, meu jovem! Vai, portanto, encetar a sua vida laboral, certo? Vou, sim senhor! Preciso de saber qual é a actividade que vai exercer, para que possa colocar o código no campo respectivo! Vou ser praxador profissional!" Ora, percebe-se que chegada a minha vez, não praxei. Já tinhas dito isso, meu camelo! Pois já, peço desculpa! Aliás, o máximo que fiz foi enfiar o cabide pelo cu acima de um conjunto de indivíduos que a determinada altura da sua embriagada existência decidiram humilhar o meu irmão (e mais uns amigos) numa actividade extra-curricular. Foi lindo. Eu gostei, pelo menos. Bom, voltando ao assunto. Não deixa de ser curioso analisar, ainda que alavarmemente, também não sei fazer as coisas doutra maneira, pois não, piolhito?, que as praxes são apenas na sua intenção um retorno contínuo a divindades que não tendo poder ressuscitam todos os anos como arsenal decorativo. Acho que esta frase está do caralho, por isso vai a negrito. Até porque agora vou começar com o discurso mais sério, analítico e pungente que tão bem me identifica! Pois, pois...
Não é preciso ir muito longe, nem sequer ser muito expedito na fulminante e extravagente cultura literária ou filosófica, para saber que qualquer grande pensador se acerca, em feliz consciência, das mais diversas manifestações de paganismo. Ora em resignada motivação ou em desesperada existência todos os caminhos desaguam na larga praça que é a ausência de deus. Assim, em minúscula. Para irritar. E é contra isto que as praxes insistem em sobreviver. A persistência e a unidade destas experiências é o testemunho do tédio incurável deixado na alma humana pela perda de uma qualquer esperança absoluta, da perda do uso normal da sua consciência lúcida. Pode parecer excessivo usar esta insistência em referir um certo clima psicológico das praxes à sua coordenada absoluta, à relação que o praxador diz sustentar, contudo, correndo o risco de me enganar na caracterização, a praxe contenta-se com meras elocubrações acidentais, mesmo que possam em determinados pormenores ser inteligentes, ok, estou a ser benevolente, sem referir a intenção central: os praxadores são um molde vazio de uma ideia única de relação. Uma espécie de ultra-empiristas que se julgam mais perspicazes apenas porque não deixam perder um qualquer pseudo-próprio sentido da questão da praxe. Sentido esse, a meu ver, inexistente. Ou quanto muito, obscuro. E é nessa baça inquietação de quem praxa que ela, a praxe, se desenrola. Uma lenta e dorida conspurcação, um bacoco revivalismo doutros tempos, uma arquitectura voluntariamente acabada: a porta estreita de uma agonia pessoal e de um desespero insanável impostos sob a capa de uma tradição opressora. Tenho dito!
Eu que sou indivíduo de massas (carbonara à cabeça, não é massas de mamar, pá! é massas de gente acumulada à bruta como pontos da fnac, elevadores de shopping em véspera da celebração do nascimento do baby jesus... aaaaahhhhh, ok, ok, ok, não tinha percelambido, pá!) sucumbo às manadas. Na praxe foi mais ou menos isso. Toda gente ia, os meus amigos iam, a gaja que me queria comer ia, eu também fui. Que isto de ter gajas atrás de nós (de mim, vá...) não é todos os dias! Fui (fomos, que aquilo eram autênticas orgias) praxados valentemente e, como não podia deixar de ser, mediocremente. A imaginação nas praxes é monumental! Se aquilo fosse um quadro, assemelhar-se-ia a um gatafunho daqueles que se vendem nas exposições da APPCDM. Um gajo vai, bate palmas e compra que se fode. Talvez por isso (talvez, talvez, talvez, mas tenho quase a puta da certezinha absoluta) eu não tenha praxado. É que, digamos, há coisas mais úteis. Digo eu, claro. Que sou indivíduo caseiro e de gostos estranhos. Não que andar com 40 ou 50 caloiros de gatas atrás nós pela cidade não seja práctica de singular proeminência, passatempo, aliás, que deveria ser considerado pelas autoridades competentes uma actividade remunerada. "Ora bem, o senhor o que deseja? Venho cá abrir a minha actividade laboral. Muito bem, muito bem, meu jovem! Vai, portanto, encetar a sua vida laboral, certo? Vou, sim senhor! Preciso de saber qual é a actividade que vai exercer, para que possa colocar o código no campo respectivo! Vou ser praxador profissional!" Ora, percebe-se que chegada a minha vez, não praxei. Já tinhas dito isso, meu camelo! Pois já, peço desculpa! Aliás, o máximo que fiz foi enfiar o cabide pelo cu acima de um conjunto de indivíduos que a determinada altura da sua embriagada existência decidiram humilhar o meu irmão (e mais uns amigos) numa actividade extra-curricular. Foi lindo. Eu gostei, pelo menos. Bom, voltando ao assunto. Não deixa de ser curioso analisar, ainda que alavarmemente, também não sei fazer as coisas doutra maneira, pois não, piolhito?, que as praxes são apenas na sua intenção um retorno contínuo a divindades que não tendo poder ressuscitam todos os anos como arsenal decorativo. Acho que esta frase está do caralho, por isso vai a negrito. Até porque agora vou começar com o discurso mais sério, analítico e pungente que tão bem me identifica! Pois, pois...
Não é preciso ir muito longe, nem sequer ser muito expedito na fulminante e extravagente cultura literária ou filosófica, para saber que qualquer grande pensador se acerca, em feliz consciência, das mais diversas manifestações de paganismo. Ora em resignada motivação ou em desesperada existência todos os caminhos desaguam na larga praça que é a ausência de deus. Assim, em minúscula. Para irritar. E é contra isto que as praxes insistem em sobreviver. A persistência e a unidade destas experiências é o testemunho do tédio incurável deixado na alma humana pela perda de uma qualquer esperança absoluta, da perda do uso normal da sua consciência lúcida. Pode parecer excessivo usar esta insistência em referir um certo clima psicológico das praxes à sua coordenada absoluta, à relação que o praxador diz sustentar, contudo, correndo o risco de me enganar na caracterização, a praxe contenta-se com meras elocubrações acidentais, mesmo que possam em determinados pormenores ser inteligentes, ok, estou a ser benevolente, sem referir a intenção central: os praxadores são um molde vazio de uma ideia única de relação. Uma espécie de ultra-empiristas que se julgam mais perspicazes apenas porque não deixam perder um qualquer pseudo-próprio sentido da questão da praxe. Sentido esse, a meu ver, inexistente. Ou quanto muito, obscuro. E é nessa baça inquietação de quem praxa que ela, a praxe, se desenrola. Uma lenta e dorida conspurcação, um bacoco revivalismo doutros tempos, uma arquitectura voluntariamente acabada: a porta estreita de uma agonia pessoal e de um desespero insanável impostos sob a capa de uma tradição opressora. Tenho dito!
só dizes merda
a praxe tem como unico motivo uma melhor introdução dos novos na universidade. a grande maioria dos caloiros gosta muito da praxe e por isso e que ela sobrevive, porque eles depois vão praxar quando chegar a altura deles. ninguém que praxe está a pensar nisso que escreves da opressão e do tempos passados. a praxe é festa onde existe uns que mandam e outros que vão mandar depois.
luis mateus
Anónimo,
Eles vão praxar quando chegar a altura deles? Claro, isso significa que sucumbiram a essa doença que se chama Praxe.
As pessoas que se apercebem que somos o único país a ter este tipo de práticas, eventualmente decidem não praxar.
"a praxe é festa onde existe uns que mandam e outros que vão mandar depois."
Não obrigado, então. Estou muito bem como estou, sem ninguém a mandar em mim. Gosto mais de me divertir como igual a todos os outros.
é mesmo uma doença pedro! é quase como os molestados em criança que depois se tornam molestadores. também eles foram incapazes de cortar o círculo. e apsesar de nunca ter pensado nesta questão deste modo acho que o dr. etc tem razão quando fala em revivalismo. na praxe andam todos de igual, usam os mesmos motes e procuram uma identidade única e comum. tal como antes do 25 de abril. por isso é que quem n vai à praxe é excluído e marginalizado.
Jorge P.
já que tenho a fama, fico tb com o proveito, ó kapa?
merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda,
há sempre meia duzia de iluminados que gostam de marcar pela diferença e que se refugiam em palavras caras e raciocínios ainda mais caros que depoiis não querem dizer nada! falas de religião de política coisas que não são chamadas para a praxe! falta-vos saber viver! falta-vos sair das bibliotecas e apreciar a vida! voces querem passar a vida com a cabeça enfiada nos livros e ninguém vos chateia, então por que não podem os querem divirtir-se fazê-lo? qual é o mal das praxes? quem não gosta não participa e ponto! quem participa gosta sem excepção! não são dois ou tres casos em 30 anos de praxes que vão manchar uma das tradições mais nobres na vida académica. e essas pessoas que se queixam das praxes tem assuntos pessoais mal resolvidos com um outro doutor, não é contra a praxe em si mas sim contra alguém que não soube praxar. é um ritual que caso se perca vai fazer muita falta.
luis mateus
A praxe é uma idiotice e "O traje surgiu em Coimbra como forma de distinguir o foro académico das demais classes e ofícios" in wikipédia, outra.
Essa coisa de capa e batina de Coimbra passou nos anos 80 a ser moda em tudo que é instituições para doutores.
Qualquer dia a classe operária unida sai à rua de bata e bandeiras negras.
Bom texto dr.etc.
a praxe é idiotice para quem acha. eu não acho. acho que serve muito bem os seus propósitos.